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Economia
Quarta - 13 de Fevereiro de 2008 às 10:48
Por: Cirilo Junior

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Apesar de as primeiras avaliações acerca da inflação em 2008 apontarem um quadro de menor pressão por parte dos alimentos, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) alerta que o cenário atual não é favorável a essas previsões. Problemas na safra de alguns alimentos e a pressão dos preços das commodities criaram um quadro de maior atenção para esse grupo, que foi a principal influência da inflação em 2007.

A coordenadora do índice de preços do IBGE, Eulina Ribeiro,disse que, apesar da desaceleração dos alimentos, a queda não foi generalizada. Alguns itens que tem peso relevante no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), como o feijão, têm problemas na safra, em função da estiagem no Nordeste, e poderão voltar a subir nos próximos meses.

"Ainda é cedo para se concluir o comportamento dos alimentos este ano. As commodities continuam em alta, há problemas com a safra do feijão, por conta da estiagem na Bahia. Algumas questões ainda estão prejudicando o grupo Alimentação e é cedo para se confirmar a continuidade desse comportamento", afirmou.

Eulina acrescentou que a desaceleração dos alimentos em janeiro não foi tão significativa. "Não podemos falar de intranquilidade, mas requer atenção, cuidados e análises", completou.

A previsão de safra de grãos recorde para 2008 (136,5 milhões de toneladas) não indica, automaticamente, um quadro mais favorável aos alimentos em 2008. Segundo a economista do IBGE, os preços do milho, do arroz e da soja, que respondem juntos por 90% da safra nacional de grãos, têm influência direta dos preços do mercado internacional, que continuam em alta.

Para Eulina, a taxa dos alimentos em janeiro é relativamente alta ainda. Ela afirmou ainda que esse grupo continuou exercendo a maior pressão sobre o IPCA. Em janeiro, os alimentos subiram 1,52%, segundo o IPCA. Em dezembro, a alta havia sido de 2,06%.

O clima influenciou o preço dos produtos in natura, como o tomate, que teve alta de 35,12%. A cebola ficou 22,21% mais cara em janeiro, e as frutas, tiveram inflação de 5,67% no mês passado, na comparação com dezembro.

Foi constatada queda no preço da batata inglesa (-10%), cenoura (-4,66%) e leite pasteurizado (-1,28%).

Em relação ao preço da carne, que desacelerou de 8,20% em dezembro, para 0,29% em janeiro, Eulina explicou que o embargo da União Européia à carne brasileira, decidido no final de janeiro, ainda não refletiu no IPCA do mês passado.





Fonte: Folha Online

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