Índios fazem dois funcionários da Funai reféns em MS
Antônio Ricardo Araújo, chefe do setor de patrimônio indígena, e Reinaldo Martinez, chefe do posto da aldeia Limão Verde, foram detidos pela manhã, assim que chegaram à fazenda, e até as 21h não haviam sido liberados pelos manifestantes.
Os índios exigiam a presença no local do administrador-regional da Funai, Claudionor do Carmo Miranda, e de um representante do Ministério Público Federal. Eles querem a retirada de fazendeiros das terras da aldeia Limão Verde, demarcada e homologada em 2003 sobre áreas de 29 propriedades rurais da região.
De acordo com o cacique Antônio dos Santos Silva, 47, os reféns não sofreram violência física. "Eles não estão sendo judiados", disse à Folha, por telefone. "O que queremos é forçar a presença da chefia da Funai e uma solução definitiva para esse caso".
A Santa Bárbara, com 392 hectares, é uma das 14 áreas que ainda não foram desocupadas por fazendeiros. O proprietário, Tales Castelo Branco, entrou na Justiça e conseguiu suspender os efeitos da homologação da terra indígena. "Não saio enquanto a Justiça não se pronunciar em definitivo", disse.
O cacique afirmou que, caso não haja uma solução, o protesto poderá recrudescer. Atualmente, os índios estão acampados dentro da fazenda, mas próximos à cerca e à porteira de entrada. "Se ficar o impasse, vamos todos para a sede", declarou.
A reportagem tentou durante todo o dia de hoje contato com o administrador-regional. No final da tarde, a Funai informou que ele havia seguido até Aquidauana para conversar com os manifestantes.
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