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Economia
Terça - 12 de Fevereiro de 2008 às 15:41
Por: Deise de Oliveira

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Após estabelecer o novo recorde de lucro para um banco no país, puxado em grande parte pela carteira de crédito, o Itaú projeta nova expansão do financiamento neste ano. A aposta dessa vez fica por conta do empréstimo para a compra da casa própria, que deve crescer 50% em relação a 2007, quando totalizou R$ 2,7 bilhões.

"O lucro em 2007 resultou de uma soma importante de fatos extraordinários e da carteira de empréstimos, que cresceu 35% ano que passou, com destaque especial com a de veículos, que cresceu 66,4%", disse Roberto Setubal, presidente do banco.

"Apostamos em crescimento do crédito para 2008 e o que mais vai crescer é o imobiliário e o de automóveis, que já é grande e puxa os resultados do banco. Mas o imobiliário vem de uma base muito baixa."

Para Setubal, a carteira de crédito imobiliário deve crescer neste ano, mas a explosão do empréstimo neste segmento deve ocorrer mesmo nos próximos anos, "quando as taxas de juros deverão ser menores".

Para este ano, o banco trabalha com a perspectiva de taxa básica de juros inalterada --hoje a 11,25% ao ano.

"O cenário macroeconômico estável permite o crescimento de carteira de longo prazo e o crédito imobiliário vai crescer. Mas o 'boom' vai dar com juro mais baixo, que deve ocorrer mais para frente", disse Setubal.

Quanto aos reflexos da crise hipotecária de crédito de alto risco (subprime) no Brasil, o presidente do Itaú afirmou que o país será menos atingido, uma vez que está protegido por fundamentos macroeconômicos sólidos.

Ameaça

Ele negou que os negócios do banco e o mercado de crédito imobiliário no Brasil sejam afetados. Para Setubal, o financiamento imobiliário brasileiro ainda é muito pequeno e que seriam necessários dez anos de crescimento desse mercado para que uma crise semelhante pudesse ocorrer.

"Trabalhamos mais em função do mercado interno e os números macroeconômicos são muito bons. A principal ameaça não vem da crise externa, mas da pressão inflacionária, que faça o BC [Banco Central] subir os juros. É uma possibilidade, mas a gente não espera isso", disse Setubal.

Lopes

Ele projeta um cenário de juros menores e explosão do financiamento imobiliário para daqui a três ou cinco anos e citou a parceria com a corretora de imóveis Lopes como uma ferramenta para estimular o segmento no Itaú.

"A associação com a Lopes, a maior corretora de imóveis do Brasil, vai direcionar e priorizar os negócios da corretora para o Itaú. Mas é um acordo de 20 anos, e os resultados virão a longo prazo", afirmou.

Balanço

O lucro líquido consolidado do banco Itaú em 2007 foi de R$ 8,474 bilhões --96,66% maior que o registrado de 2006, quando lucrou R$ 4,309 bilhões, segundo divulgou a empresa nesta terça-feira. Com o resultado de hoje, o Itaú superou o Bradesco (que teve em 2007 um lucro de R$ 8,010 bilhões) e estabeleceu um novo recorde para um banco no país.

Segundo a consultoria Economática, o ganho foi o maior já registrado por um banco brasileiro de capital aberto nos últimos 20 anos. O espanhol Santander também já anunciou lucro de R$ 1,86 bilhão em 2007.

A carteira de crédito do banco --incluindo avais e fianças-- teve crescimento de 36,2% em relação a igual período do ano anterior, atingindo R$ 127,589 bilhões. No Brasil, a carteira de crédito livre de pessoa física cresceu 34,8% no ano, chegando a R$ 54,416 bilhões e o segmento de micro, pequenas e médias empresas cresceu 34% em relação a dezembro de 2006, totalizando R$ 21,769 bilhões.

Para a carteira de crédito geral (excluindo grandes empresas), a estimativa para 2008 também é de crescimento, entre 25% e 30%, afirmou Setubal.





Fonte: Folha Online

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