Em Nortelândia, famílias sofrem para que filhos possam estudar
A dificuldade é tanta que dos quatro filhos do casal, dois – exatamente os mais velhos – já desistiram de completar pelo menos o ensino médio. “Eles até tentaram, mas estava muito difícil. Preferiram ir trabalhar em Nortelândia”, disse Joana, chateada com a impossibilidade de oferecer ensino aos próprios filhos.
“Seu” Luzito também reclama. Para ele, a administração municipal precisava “olhar mais pelo pessoal aqui, do Raimundo da Rocha”. O lote onde mora com a família fica a 2 quilômetros do chamado “linhão”, que corta praticamente todo o assentamento e por onde passa o ônibus da prefeitura que leva os alunos às escolas de Nortelândia.
Como o acesso é complicado, devido à lama e aos buracos, um dos pais sempre leva a adolescente para embarcar no “linhão”. “Antes de entrar no ônibus, ela tem de lavar pernas, pés e braços, porque a sujeira é muita. Na volta, o mesmo problema: o ônibus atrasa, porque as linhas estão em péssimo estado”, reclama Joana.
Segundo o casal, a solução seria patrolamento e encascalhamento das estradas de acesso, os chamados “travessões”, ao “linhão”. “Todos os travessões estão ruins. E não é um problema só nosso, outras famílias também vivem essa situação”, disse Luzito, acrescentando que muitos acabam desistindo de colocar os filhos na escola.
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