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Sábado - 09 de Fevereiro de 2008 às 14:44
Por: Ney Santana

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Acordar às três da madrugada, superar lama e chuva, tomar um rápido banho (à beira da estrada mesmo) e viajar pelo menos 15 quilômetros. Essa é a verdadeira maratona que a filha do casal Luzito e Joana de Lima Almeida, uma adolescente de 15 anos, tem de enfrentar todos os dias, se quiser assistir às aulas em uma escola de ensino médio de Nortelândia. Eles moram no projeto de assentamento (PA) Raimundo da Rocha e admitem: sofrem com a situação.

A dificuldade é tanta que dos quatro filhos do casal, dois – exatamente os mais velhos – já desistiram de completar pelo menos o ensino médio. “Eles até tentaram, mas estava muito difícil. Preferiram ir trabalhar em Nortelândia”, disse Joana, chateada com a impossibilidade de oferecer ensino aos próprios filhos.

“Seu” Luzito também reclama. Para ele, a administração municipal precisava “olhar mais pelo pessoal aqui, do Raimundo da Rocha”. O lote onde mora com a família fica a 2 quilômetros do chamado “linhão”, que corta praticamente todo o assentamento e por onde passa o ônibus da prefeitura que leva os alunos às escolas de Nortelândia.

Como o acesso é complicado, devido à lama e aos buracos, um dos pais sempre leva a adolescente para embarcar no “linhão”. “Antes de entrar no ônibus, ela tem de lavar pernas, pés e braços, porque a sujeira é muita. Na volta, o mesmo problema: o ônibus atrasa, porque as linhas estão em péssimo estado”, reclama Joana.

Segundo o casal, a solução seria patrolamento e encascalhamento das estradas de acesso, os chamados “travessões”, ao “linhão”. “Todos os travessões estão ruins. E não é um problema só nosso, outras famílias também vivem essa situação”, disse Luzito, acrescentando que muitos acabam desistindo de colocar os filhos na escola.





Fonte: O Divisor

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