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Quinta - 07 de Fevereiro de 2008 às 07:43
Por: Ney Santana

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Em busca do reconhecimento como categoria – e principalmente produtiva –, assentados do PA Raimundo da Rocha, localizado na antiga Fazenda Barreirão, a cerca de 15 quilômetros de Nortelândia, se reuniram e fundaram o primeiro Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Sintraf) do Mato Grosso. O registro em cartório foi obtido no dia 8 de dezembro, mas a primeira ação prática – o credenciamento de novos pequenos produtores – começa este mês no escritório montado no Centro, em frente à Drogaria Nortelândia.

Para o coordenador geral do Sintraf de Nortelândia, Josafá Santos da Rocha, o movimento não é uma novidade no País. “Mato Grosso, na realidade, está saindo na frente, em termos do Nortão. O Sintraf vem do Sul, de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Lá o pequeno produtor trabalha em cima de um, dois, três hectares e compra Mitsubishi, trator e colheitadeira de última geração. Então por que não trazer essa nova política sindical para cá, principalmente para Nortelândia, que é a minha terra”, questionou.

Fazendo questão de diferenciar o agricultor familiar do trabalhador rural (“são trabalhos rurais diferenciados”, explica), Josafá acredita que o Sindicato será uma conquista. “É uma entidade sólida que possibilita ao agricultor familiar levar sua problemática à principal autoridade do País, que é o presidente da República. Com o Sintraf, a conexão Brasília/Nortelândia fica muito fácil”, disse, acrescentando que a entidade já tem escritório e convênios a serem selados com o Incra para dar melhor condição de vida ao agricultor familiar.

Além de lutar pelos direitos do agricultor familiar e organizar a categoria, o Sintraf tem como objetivo ainda para este ano torná-lo mais produtivo. “Agregar valor aos produtos não é tão difícil. O difícil é fazer com que o agricultor familiar entenda que tem de produzir com qualidade, quantidade e certificação, a fim de que seus produtos possam competir em igualdade de condições com as grandes marcas”, ressalta.

Para exemplificar, ele cita o ovo de galinha caipira, o qual precisa ser cotado de forma diferenciada da do de galinha da granja. “A própria consistência e a qualidade são muito maiores. Então é preciso que seja valorizado, devido aos nutrientes que possui. Agora o agricultor familiar precisa entender isso, saber se valorizar e não deixar o lucro ficar nas mãos dos intermediários”, lembra Josafá.

Organização estadual

Na reunião realizada no PA Raimundo da Rocha, no dia 2, sábado, foi colocado ainda um dos desafios do Sintraf de Nortelândia: criar a Federação Estadual dos Trabalhadores na Agricultura Familiar. Há um projeto em curso, chamado Pró-Fetraf, que já conta com a participação de coordenadores do sindicato nortelandense. Mas é necessário que haja entidades organizadas em pelo menos outras duas cidades.

“Constituímos o primeiro sindicato e o legalizamos. Para falarmos na Federação, precisamos de mais dois sindicatos registrados. Em Diamantino, o Aparício já até deu entrada dos documentos no cartório. Tenho reunião agendada também em Arenápolis”, adiantou Josafá, explicando que a Federação também terá o apoio das principais entidades sindicais do Brasil.

Outra das vantagens de ser filiado ao Sintraf, segundo Josafá, é a possibilidade de credenciamento junto aos órgãos que dão crédito a pequenos produtores. “Vamos credenciar o agricultor familiar e enviar para Brasília, ou seja, lá o pessoal vai saber quem são os agricultores familiares legalizados. Agora, e quem não tem o Sintraf? A resposta fica no ar”, afirmou, completando com uma boa notícia: a possibilidade de se viabilizar várias outras linhas de crédito. “Temos o Aval Solidário, o Aval Grupal, o Crédito Floresta, o crédito por recuperação de área de preservação permanente, o crédito de manejo. Mas hoje está tudo centrado no Pronaf. Temos de mudar isso”.

Como ficou constituída a coordenação do Sintraf de Nortelândia:

Coordenador Geral: Josafá Santos da Rocha

1º suplente da coordenação geral: Arlindo de Assis

2º suplente da coordenação geral: Divino Soares da Silva

Coordenador de Organizações Sindicais: Adão Rodrigues

Coordenadora de Formação Sindical: Valdete Souza de Lima

Coordenadora de Jovens e Adultos: Rute Carvalho Rodrigues

Coordenadora de Políticas Públicas e Sociais: Isabel Cândida

Coordenador de Políticas de Produção: João Batista Barbosa

Coordenadora de Comunicação: Adriana Rosário

Conselho Fiscal: Marta Veríssima da Silva / Luciene de Souza / Nivaldo Rodrigues / Miquelina Ferreira da Silva.





Fonte: O Divisor

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