Preço da carne bovina sobe na UE após embargo ao Brasil
A UE suspendeu as importações porque não concordou com a lista de fazendas elaborada pelo governo brasileiro. O bloco previa o cadastramento de 300 propriedades para fornecimento de animais para os frigoríficos, mas na lista enviada pelo Brasil constavam cerca de 2.800 fazendas. Os certificados de exportações que permitem o embarque para o bloco deixaram de ser emitidos pelo Ministério da Agricultura no dia 1º de fevereiro.
O Brasil exportou em janeiro US$ 146 milhões em carnes para os países da UE. Esse volume representou 40% do total das vendas externas do produto. Em 2007, as exportações de carne brasileira para o bloco totalizaram US$ 1,08 bilhão, de acordo com números do governo. Para o pesquisador, os preços da carne continuarão subindo no mercado europeu. "A expectativa é de novas altas. O Brasil é um grande fornecedor e nenhum outro país tem condições e capacidade para ocupar esse espaço no curto prazo", disse De Zen.
A oferta de carne produzida por grandes fornecedores mundiais, como Argentina, Estados Unidos e Austrália, não deve aumentar no curto prazo, avaliou. "A Argentina tem dito que o preço dos grãos está elevado e que várias áreas de pastagem das melhores terras argentinas estão sendo convertidas em plantio de soja e milho, deslocando o boi para regiões menos produtivas", afirmou.
Para ele, a pressão para o fim do embargo à carne brasileira virá dos consumidores europeus. "Não será possível agüentar essa situação (de aumento de preços) por muito tempo", afirmou. De Zen lembra que o embargo beneficia apenas os produtores irlandeses, que pressionaram por restrições ao produto brasileiro. "A decisão de suspender as compras tem o objetivo de elevar os preços internos e para que alguns países pudessem se manter no mercado sem a necessidade de subsídio", afirmou.
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