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Internacional
Sábado - 02 de Fevereiro de 2008 às 19:52

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As seguradoras de bônus podem ser as próximas vítimas da crise financeira internacional, o que pioraria a delicada situação mundial, disse à Agência Efe Jaime Caruana, diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Departamento Monetário e de Mercado de Capitais.

Caruana não vislumbra apenas os maiores pesadelos dos principais bancos americanos e europeus, mas teme que se aprofundem. Os problemas que prevê têm o potencial de afetar novamente as bolsas mundiais, inclusive as latino-americanas.

O clima de incerteza nos mercados interbancários pode afetar também as seguradoras de bônus --conhecidas em inglês como "monolines".

As "monolines" estão ameaçadas pela crise iniciada em 2007 com o salto da inadimplência nas hipotecas de alto risco (subprime) dos Estados Unidos, e que se espalhou gradualmente para outros créditos imobiliários e para os bancos que tinham investido neles.

Problemas graves nas "monolines" repercutiriam em todos os EUA, pois a parte mais importante de sua bolsa, segundo Caruana, são os bônus municipais, que financiam a construção de estradas, hospitais e escolas.

Riscos

Como muitos outros agentes do mercado, as seguradoras não calcularam corretamente o risco dos papéis vinculados a títulos hipotecários.

A redução da qualidade do crédito acarretaria em uma perda de valor para os bancos que possuem estes títulos.

Três "monolines" --a Ambac, a SCA e a Financial Guaranty Insurance-- já sofreram o rebaixamento do selo de qualidade, e a ACA Capital Holdings está à beira da quebra. O temor é que o problema se generalize.

"Seria uma pressão adicional significativa sobre os bancos", disse Caruana, indicando que algumas instituições financeiras já separam fundos para o caso de isto acontecer.

A agência reguladora de seguros de Nova York reconheceu o impacto e, aparentemente, tenta convencer os bancos a fornecerem de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões para comprarem os seguros de maior risco.

Falta de confiança

A dúvida em relação às "monolines" agravou a falta de confiança entre os agentes do mercado e, apesar dos anúncios quase diários de reduções de valor multimilionário, ainda há incerteza em torno dos prejuízos que podem atingir determinadas instituições financeiras, disse Caruana.

"Pedimos para que informações sobre as posições, os possíveis prejuízos e como serão calculados sejam dadas, o que reduziria a volatilidade da bolsa", afirmou o diretor.

O mercado interbancário, no qual os bancos fazem empréstimos mútuos a curto prazo, "não está funcionando de forma normal", afirmou Caruana, acrescentando que as taxas de juros dos créditos seguem acima do habitual há três meses.

"Existe um menor desejo das instituições financeiras em emprestar às outras a médio e longo prazo", declarou Caruana.

As explicações para este fenômeno são a falta de confiança e de informação, a incerteza quanto às necessidades que o próprio banco terá e as necessidades ou prejuízos que a outra instituição pode vir a ter, diz o executivo.

Por este motivo, Caruana disse que os bancos centrais dos EUA e da Europa devem continuar disponibilizando créditos para os bancos. "É uma função muito importante, neste momento, para a estabilidade financeira", finalizou.




Fonte: EFE

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