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Economia
Sábado - 02 de Fevereiro de 2008 às 09:15

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O perfil socio-econômico de Mato Grosso está passando por mudanças definitivas. Segundo dados da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), no período de 2003 até setembro de 2007, a indústria foi o setor que mais gerou empregos formais no Estado, representando um aumento de 35%. O percentual de crescimento de empregos aumentou mais do que o total registrado na economia como um todo, ao longo dos quatro anos, que foi de apenas 29%.

Esse é um dos resultados da agroindustrialização, que já é realidade em Mato Grosso. Conforme levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2004 em Mato Grosso, segundo a evolução do emprego nos subsetores de atividade econômica, a maior parte dos postos de trabalho, 38%, com carteira assinada, no Estado, eram gerados apenas na agricultura. Já em 2007, 44,2% dos trabalhadores foram empregados nas indústrias e na construção civil.

Esse é um dos resultados da consistente política de atração de investimentos que obteve êxito com programas eficientes de incentivo fiscal. Entre 2003 e outubro de 2007, mais de 300 empresas se instalaram e estão se instalando, aportando cerca de R$ 5 bilhões na economia do Estado, o que resultou em mais de 149 mil novos postos de trabalho diretos e indiretos.

Esses números positivos puderam ser comprovados pelo casal Antonio e Alzita Martins, ambos com mais de 40 anos, que conseguiram trabalho no frigorífico de suínos, Excelência em Nova Mutum e permanecem na vaga há mais de dois anos. “Quando eu e a mulher ficamos desempregados em Jangada, procurei a indústria e começamos juntos, no mesmo dia. Mudamos para cá e melhoramos de vida e ainda criamos dois netos “, contou animado.

Já o engenheiro de produção Gustavo Medina, 29 anos, trocou o emprego em uma grande indústria no Rio Grande do Sul, para subir de cargo. “Foi uma troca que me trouxe bastante ganho na vida pessoal, pois deixei toda a família, e profissional. Aqui sou gerente lá era coordenador. No sul levaria dois a três anos para ocupar o mesmo cargo. Aqui as empresas estão em expansão e para assumir postos de direção leva menos tempo”, garantiu.

EMPREGO NO CAMPO

Protássio Baumgratz é um exemplo dos empregos gerados em decorrência da atração de investimentos. Feliz de trabalhar com a terra ao plantar pepinos em dois alqueires no entorno agrícola de Sinop, o agricultor familiar junto com a esposa e dois filhos produz 600 quilos de pepino ao mês.

A produção quase artesanal, que sustenta a família, deve crescer ainda mais depois que ele chamou, há dois anos, o sogro e sogra de Tupanápolis-SC, Aloísio e Laci Junges, de 54 e 53 anos respectivamente para ajudar na produção. “Comecei com apenas um alqueire, ano passado, hoje arrendo dois, mas quero mesmo é comprar e expandir a produção”.

A certeza do agricultor é partilhada com mais 690 famílias que vendem sua produção de pepino e palmito pupunha à média indústria Carpello Indústria de Conservas de Sinop. A indústria do empresário, Daniel Brolesi e sua esposa, Rosângela Brolesi, usufrui do Prodeic há dois anos, e com os créditos fiscais de 75% na comercialização, está expandindo a produção de palmito e o incremento deverá tornar a empresa a maior do país em vendas de palmito em conserva. A indústria ainda comercializa 14 produtos, vende para Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul.

CRITÉRIOS PARA INCENTIVOS

Os incentivos fiscais concedidos pela Sicme, por meio de diminuição da carga tributária estadual (ICMS) às empresas, exige dos investidores critérios que fazem a diferença no futuro da economia e, conseqüentemente, da população mato-grossense. Para que cada empresa consiga o incentivo é observada a localização geográfica da indústria, a agregação de valor da matéria prima, tecnologia empregada no processo produtivo, geração de emprego e renda para a comunidade, questão ambiental, entre outros itens.

“A idéia é agregar valor a nossa matéria prima. É plantar soja e transformá-la em farelo, óleo e outros produtos para gerar emprego, conseqüentemente mais renda e qualidade de vida à população. Hoje já podemos comprar carne que é toda processada em Mato Grosso, isso sim é beneficio dos incentivos fiscais que gera grandes investimentos no Estado”, defendeu o secretário adjunto de Desenvolvimento da Sicme, Manoel Antônio Rodrigues Palma.

Prova disso é que as principais indústrias escolheram como sede, cidades de todas as regiões do Estado. O aporte mais expressivo que beneficiou uma cidade do interior do estado, Lucas do Rio Verde, é a indústria de alimentos Sadia S.A., que reúne investimentos de R$800 milhões. Já a Perdigão, em Nova Mutum, o valor chega a R$187 milhões. Em Rondonópolis, a Cervejaria Petrópolis deve investir R$152 milhões, e o aporte da Santana Têxtil, que já começou a funcionar, chega a R$250 milhões.

Só no setor de carnes, as empresas que já se instalaram e estão preparando suas instalações irão investir até R$ 3 bilhões, quantia muito superior aos incentivos fiscais concedidos às indústrias, nos últimos quatro anos (2003-2006), que somaram cerca de R$ 753,2 milhões.





Fonte: Sicme-MT

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