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Nacional
Sexta - 01 de Fevereiro de 2008 às 23:35

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O publicitário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, reafirmou nesta sexta-feira (1) que o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, autorizava o pagamento de quantias em dinheiro do esquema e determinava as pessoas que recebiam.

Valério depõe desde as 14h em Belo Horizonte, no prédio da sede da Justiça Federal de Minas Gerais. É a primeira vez que ele é interrogado como réu.

Também interrogado no último dia 23, em São Paulo, Delúbio teria reafirmado que os empréstimos pagaram dívidas de campanhas do PT, segundo advogados que acompanharam a sessão fechada.

Durante o depoimento, o publicitário confirmou que retirava empréstimos, em nome de sua agência, a SMP&B, e repassava para contas de políticos indicados por Delúbio. Ele disse ainda que pode provar a afirmação, já que o dinheiro só podia ser retirado com a apresentação do documento de identidade.

Entre os políticos que receberam empréstimos estão o ex-deputado federal, João Magno (PT), o ex-ministro dos Transportes e atual prefeito de Uberaba (MG), Anderson Adauto (PMDB), e o ex-deputado federal Romeu Queiroz (PTB).

João Magno afirmou que Delúbio Soares o autorizou a receber os recursos para as campanhas eleitorais de 2002 e 2004, mas disse que possui documentos referentes aos repasses. Anderson Adauto disse já ter prestado depoimento à Justiça e nega envolvimento no mensalão. O ex-deputado Romeu Queiroz não foi encontrado nesta sexta-feira para falar sobre o assunto.

Valério afirmou ainda que fazia a transação porque tinha interesse em trabalhar em campanhas políticas. O publicitário responde pelos crimes de corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.

Interrogatórios

Os 39 réus do caso estão sendo ouvidos nos estados onde moram. Ao todo, 20 acusados já prestaram depoimento, segundo informações do Supremo Tribunal Federal. O depoimento do presidente do PTB e deputado cassado Roberto Jefferson está marcado para o próximo dia 12, no Rio de Janeiro.

Em agosto do ano passado, quando o STF analisou o recebimento da denúncia, isto é, quando decidiu abrir um processo, os advogados de Valério alegaram "defeitos técnicos" na acusação formal.

Segundo a defesa, a denúncia era inepta "por falta de descrição da conduta individualizada de cada um dos denunciados". Os advogados afirmaram ainda que grande parte das provas foram obtidas de forma ilícita.




Fonte: G1

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