Uma equipe de cientistas confirmou pela primeira vez casos de resistência do vírus da gripe aviária H7N9 aos medicamentos antivirais normalmente usados contrainfluenza em seres humanos, como o Tamiflu.
Em um estudo publicado online nesta terça-feira (28) na revista especializada "The Lancet", o médico chinês Zhenghong Yuang e sua equipe da Universidade Fudan, em Xangai, descrevem três casos de resistência a antivirais em pacientes infectados pelo vírus H7N9 no país. Ao todo, foram analisadas 14 pessoas com a doença internadas no Shanghai Public Health Clinical Centre entre 4 e 20 de abril.
Os pacientes foram tratados com os medicamentos oseltamivir (vendido com o nome comercial de Tamiflu) ou peramivir. A carga viral foi investigada na garganta, nas fezes, na urina e no soro dos indivíduos. A partir dessas amostras, os cientistas sequenciaram o RNA do vírus, para estudar mutações genéticas associadas à resistência de remédios e sua ligação com a evolução da doença.
Todos os pacientes avaliados tiveram pneumonia, e sete deles precisaram de ventilação mecânica para respirar. Três destes pioraram ainda mais, e dois destes morreram – apesar de receberem tratamento com antivirais e corticoides.
Os medicamentos usados foram relacionados a uma redução da carga da gripe aviária em 11 dos 12 pacientes que sobreviveram.
Segundo os autores, o surgimento de uma resistência do vírus H7N9 é preocupante e precisa ser acompanhado de perto, com a necessidade da um planejamento contra uma possível pandemia.
A nova gripe aviária foi identificada no dia 30 de março, em pacientes no leste da China com doença respiratória grave. Desde que surgiu, o vírus já contaminou pelo menos 130 pessoas e matou 36 no país. Os detalhes que envolvem o surgimento e o comportamento desse micro-organismo ainda não são totalmente conhecidos.
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