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Economia
Quinta - 31 de Janeiro de 2008 às 18:22

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Na contramão dos investidores estrangeiros, que retiraram dinheiro da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em janeiro devido à crescente volatilidade, o aplicador local fez uma aposta a favor do mercado brasileiro e manteve seus investimentos na Bovespa.

Entre os dias 2 e 28 de janeiro, o saldo de investimentos de pessoa física na Bovespa ficou positivo em R$ 2,4 bilhões, resultado de compras de R$ 26,5 bilhões e vendas de R$ 24,1 bilhões.

Em contrapartida, no mesmo período, o fluxo de recursos dos estrangeiros para o mercado de ações da bolsa paulista ficou negativo em R$ 4,8 bilhões, resultado de compras de R$ 35,7 bilhões e vendas de R$ 40,5 bilhões.

Os estrangeiros têm uma participação de 35,6% na Bolsa, enquanto os investidores pessoa física têm uma participação de 23,5%.

"É preciso lembrar que o investidor local ganhou muito com a bolsa nos últimos anos. Só no ano passado, a Bovespa rendeu mais de 40%. Esse investidor tem muita gordura para queimar e não sairá correndo de uma hora para outra", disse à Reuters Gustavo Barbeito, analista da Prosper Gestão de Recursos.

Para o analista, o aplicador local já criou uma cultura de aplicação em ações. "Esse investidor gerou um estoque permanente para locação na Bovespa."

Barbeito lembra ainda que nenhum outro investimento no Brasil rende tanto quanto à bolsa. Quanto ao estrangeiro, "ele não sai do mercado acionário, mas tira o dinheiro do Brasil e aplica em outra bolsas".

Outro grupo de destaque da Bovespa, o dos investidores institucionais --com participação de 29,7%, também manteve seus investimentos com um saldo positivo de R$ 1,3 bilhão.

Mas os analistas explicam que, mesmo mantendo seus investimentos na Bovespa, os aplicadores locais da bolsa optaram pelos papéis de primeira linha em janeiro, ou seja, aqueles que têm mais liquidez.

"Os papéis de segunda e terceira linha acabaram sofrendo mais com a volatilidade, pois o investidor migra para o que considera mais seguro", disse um operador que não quis ser identificado. "Nestes períodos de tensão e volatilidade, é obviamente mais confortável ter papéis da Vale e da Petrobras, por exemplo", afirma o operador.

Eles também avaliam que, apesar da tensão crescente em relação aos EUA, o cenário interno do país ainda está estável, dando segurança ao investidor.

Pouco antes do fechamento do mês, o Ibovespa acumulava uma queda de 7% em janeiro.




Fonte: Reuters

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