UE nega desabastecimento após suspender importação de carne do Brasil
"Há outros fornecedores de carne bovina. Temos os nossos e há outros países com carne bovina", disse o porta-voz europeu para questões de Agricultura, Michael Mann, ao ser questionado sobre a possibilidade da UE sofrer escassez do produto nos próximos dias.
"Não acredito que exista uma grande diferença", acrescentou Mann, em referência à situação do mercado europeu após a interrupção da ingresso de carne de Brasil, o maior exportador de carne bovina do mundo e principal fornecedor do bloco europeu.
O governo brasileiro informou, em nota do Ministério da Agricultura divulgada ontem, considerar "desnecessária, desproporcional e injustificável" a decisão da UE. O ministério brasileiro destacou que a Europa não detectou falha no sistema brasileiro de controle sanitário.
Brasil e União Européia não entraram em acordo sobre o número de fazendas que poderiam receber certificação para vender o produto ao bloco. O prazo para definição da lista acaba hoje.
Apesar de a União Européia ter restringido o número de fazendas a 300 (3% das 10 mil registradas no passado), o Ministério da Agricultura brasileiro apresentou uma lista com cerca de 2.600 propriedades.
Até então, a UE aplicava tinha embargo de carne bovina a três estados brasileiros (São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul) por causa de um foco de febre aftosa.
Pelo menos até meados de março, a carne brasileira que obteve certificação antes de 31 de janeiro continuará entrando no mercado europeu.
Exportações
As exportações de carne bovina do Brasil somaram US$ 4,5 bilhões em 2007, 15% a mais do que no ano anterior, segundo dados divulgados pela Abiec (Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne).
Como bloco econômico, a União Européia é o principal mercado em receita para a carne bovina brasileira. No ano passado, comprou 543,5 mil toneladas do país, 21% do volume embarcado. Os europeus desembolsaram US$ 1,4 bilhão, 31,7% da receita total dos embarques.
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