Protesto na PM-RJ é ação de 'meia dúzia', diz Cabral

O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), afirmou hoje que "meia dúzia" de policiais militares "quer o confronto, a balbúrdia e a desordem na Polícia Militar" (PM), mas que não iriam conseguir esse objetivo. Ele reiterou o apoio ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que falou em promover "uma mudança na essência" da corporação. "Esse movimento é absolutamente isolado. Se eles acham que vão tirar o prestígio do Beltrame, estão redondamente enganados. Beltrame só se fortalece", afirmou o governador.

O secretário reagiu à atitude dos oficiais que, pela manhã, ameaçavam entregar os cargos. "A decisão de tirar o comandante foi tomada, não pretendo voltar atrás. Se eles entregarem os cargos, vão ser substituídos", declarou Beltrame. Ele descartou a possibilidade de pedir uma intervenção das Forças Armadas. "A solução passa pelo aproveitamento e valorização da prata da casa", disse. O secretário disse que considera justa a reivindicação salarial, mas criticou os métodos escolhidos pelo movimento. "Temos que ter respeito para discutir. Nunca a secretaria negou audiência. Acho um exagero a atitude tomada, descabida, desrespeitosa com o governador, não é assim que se procura atendimento de demandas."

Na manhã de hoje, policiais militares do Rio de Janeiro iniciaram uma operação-padrão em pelo menos quatro batalhões. A maioria do efetivo ficou aquartelada e, à tarde, o movimento teria sido contido. Pelo menos 40 coronéis e tenentes-coronéis que assinaram um manifesto contra a troca de comando na PM e a punição de oficiais que participaram de uma passeata por reajuste salarial na praia do Leblon no domingo protocolaram hoje pedido de exoneração dos cargos de chefia e comandos de batalhões que ocupavam. O protesto de hoje teria motivado a antecipação da posse do novo comandante-geral da PM, Gilson Pitta, inicialmente prevista para amanhã.