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Internacional
Quarta - 30 de Janeiro de 2008 às 10:20

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As brasileiras dominam o mercado da prostituição na cidade portuguesa de Coimbra, a terceira maior do país, de acordo com a reportagem publicada nesta quarta-feira pelo diário português "Correio da Manhã".

Segundo a reportagem, as mulheres chegam ao país com o sonho de ganhar dinheiro fácil e rápido na profissão, mas logo percebem que a realidade é um pouco diferente.

"Em Coimbra, o negócio da prostituição é das brasileiras. Dominam o mercado. Chegam recomendadas por outras. Vêm na maioria de Goiás e as casas luxuosas que florescem na vizinhança criam a ilusão de que nosso país é o eldorado. A língua, o ambiente calmo, o menor controle das autoridades, são aliciantes que fazem do bilhete de avião para Portugal sinônimo de muitos euros e regresso ao Brasil com status."

Para o "Correio da Manhã", as mulheres querem ganhar dinheiro, principalmente, para pagar escolas melhores para seus filhos.

O jornal cita Madame Claire, uma brasileira que 20 anos atrás era modelo de eventos no Brasil, e depois abraçou a prostituição. Hoje, ela mantém um prostíbulo na cidade portuguesa onde, segundo o Correio da Manhã, "vende fantasias".

"A competitividade sente-se cada vez mais. O número de casas triplicou. Agora o número de casos de pessoas que estão a fazer sem preservativo também está a crescer", disse Madame Claire à reportagem.

A reportagem ainda fala da busca do amor pelas prostitutas e do sonho de "sair da vida" com a ajuda de um "príncipe encantado".

Por outro lado, segundo Madame Claire, "cinqüenta por cento das mulheres que andam nesta vida gostam mesmo do que fazem".

O jornal também entrevistou travestis que se prostituem, entre eles Bianca, que junto com a namorada (também travesti) Ana Carolina, quer ganhar dinheiro rápido para construir uma vida nova.

"Era gestor de recursos humanos numa empresa de automóveis no Brasil, onde trabalhavam 800 pessoas. Uma reformulação de quadros levou-o para o desemprego. Portugal foi o destino, mas a prostituição ainda estava longe. O travesti Bianca passou pelo telemarketing, uma quinta em que cuidava de 80 vacas em Castelo Branco e a distribuição de publicidade. Nada que desse para viver."

Segundo Bianca teria dito ao jornal, ela e a namorada agora vão a qualquer lugar e compram qualquer coisa, sem problemas de dinheiro.

A reportagem ainda comenta que a Internet teria melhorado o trabalho das prostitutas, facilitando o acesso de clientes, e que a legalização da prostituição poderia regularizar a situação de cerca de 10 mil mulheres ilegais, 70% delas vindas do Brasil.

"O negócio envolve mais de 30 mil prostitutas portuguesas e estrangeiras, movimentando 2,5 milhões de euros. Se a atividade fosse legal, o Estado receberia 650 milhões", diz o jornal.





Fonte: BBC Brasil

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