Movimentos sociais pedem proibição da venda de milho transgênico
Enquanto ministros que compõem o Conselho Nacional de Biossegurança avaliam se liberam a comercialização de milho transgênico no Brasil, integrantes de movimentos sociais realizam uma manifestação em frente ao Palácio do Planalto pedindo a proibição.
Com uma faixa onde se lê "Milho Transgênico: Ibama e Anvisa reprovam. Os ministros vão liberar?" representantes de organizações como a Via Campesina e do Fórum Nacional de Reforma Agrária enviaram aos participantes do conselho uma cesta com produtos orgânicos como manga, milho, cana-de-açúcar e mandioca.
Eles alegam que ainda não foram feitos estudos suficientes pela comunidade científica para comprovar que os transgênicos não fazem mal à saúde humana.
"Uma vez que a transgenia introduz um novo gen numa nova planta, a comunidade científica ainda não fez estudos de quantas reações são produzidas dentro dessa nova planta e se ela produz reações tóxicas ou não", afirma o integrante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Isidoro Revers.
No manifesto contra o milho transgênico que os integrantes dos movimentos sociais trouxeram para que seja entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva eles argumentam ainda que há riscos para o meio ambiente.
"Nem as empresas, nem o governo brasileiro realizaram estudos para subsidiar normas que garantam a não contaminação das variedades locais ou tradicionais e o direito de escolha dos consumidores e dos agricultores. Assim, não há base científica para garantir que a contaminação não ocorrerá", afirma o texto.
O presidente da CPT, Dom Tomás Balduíno, afirma que a liberação do milho transgênico significa o "monopólio da semente" e irá prejudicar a agricultura familiar.
"Qual o agricultor que pode competir com o transgênico, que pode ter a usina que tem a Monsanto de processamento dos transgênicos", questiona.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou no ano passado o plantio e a comercialização de três variedades de milho transgênico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresentaram recursos contra a liberação que serão analisados hoje (29) pelo Conselho Nacional de Biossegurança.
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