Mortes envolvendo motos cresce 83% em 5 anos, diz estudo

O Ministério da Justiça divulgou na manhã de hoje um estudo que aponta um aumento absoluto do número de mortes no trânsito entre 1994 e 2006. A pesquisa mostra que as motocicletas se tornaram o ponto crítico do trânsito brasileiro. Entre 2002 e 2006, o número de óbitos por acidentes envolvendo motociclistas cresceu mais de 83%. Eram 3,7 mil em 2002 e passaram para 6,8 mil em 2006.

Segundo os cálculos do relatório, o total de óbitos por acidente de trânsito subiu de 29,5 mil em 94 para 35,1 mil em 2006. Contudo, o crescimento ficou abaixo do crescimento populacional. Assim, considerando o número de mortes por grupo de 100 mil habitantes, houve uma queda no volume de homicídios no trânsito de 19,4 mortes por 100 mil para 18,6 mil. Uma redução efetiva de 4,6%.

"Vários fatores explicam o aumento de acidentes entre esse grupo. Primeiro o número de motocicletas circulando. Batemos todos os recordes de vendas desse tipo de veículo nos últimos anos, por exemplo", disse o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Porém, ele não excluiu a imprudência dos condutores e a especificidade das atividades realizadas com motos, como as entregas expressas.

Barreto disse que, nos próximos dias, o ministério anunciará novas medidas para combater o crescimento de acidentes com motos. Entre as possibilidades em estudo está o aumento das multas e novas regras para circulação desse tipo de veículo.

Em compensação, nesse mesmo período, o número de mortes de pedestres caiu significativamente, apesar de ainda representar o maior percentual do total de mortes no trânsito. Em 2002, 43,4% das mortes no trânsito eram de pedestres. Em 2006, o percentual caiu para 34,9%. Já as motocicletas estavam envolvidas em 16,3% dos acidentes fatais em 2002. Em 2006, esse percentual subiu para 25,1%.