Egito e Abbas fecham acordo sobre o controle de Rafah

Rafah - Um acordo fechado hoje entre os governos egípcio e palestino pode agravar ainda mais a crise fronteiriça entre o Egito e a Faixa de Gaza. O governo da Autoridade Nacional Palestina, do presidente Mahmud Abbas, acertou com o governo egípcio que seu partido, o laico Fatah, controlará a passagem de Rafah, excluindo do processo o grupo islâmico Hamas. No controle da Faixa de Gaza desde junho, o Hamas abriu brechas na barreira que separa os dois territórios na quarta-feira e permitiu que dezenas de milhares palestinos atravessassem para o lado egípcio da cidade de Rafah, para comprar comida e combustível. Israel havia fechado suas passagens fronteiriças com Gaza no dia 17, em represália a ataques com foguetes lançados contra cidades israelenses.

No entanto, o Hamas rechaçou o acordo e afirmou ter garantias do Egito de que nenhuma negociação havia sido fechada com Abbas, cuja autoridade é limitada à Cisjordânia. Um porta-voz do grupo afirmou que funcionários do governo egípcio tinham a intenção de desenvolver um novo plano para controlar a passagem, envolvendo tanto o Hamas quanto o Fatah. O líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, afirmou que enviará, na quarta-feira, uma delegação ao Cairo para discutir o assunto. "Temos uma demanda: o cerco deve ser levantado. Rafah tem de ser reaberta", disse. O chanceler egípcio, Ahmed Aboul Gheit, informou que seu país irá tomar as medidas necessárias para recuperar o controle da passagem de Rafah "o quanto antes", mas não deu detalhes sobre quando isso ocorrerá. O Egito domina a passagem desde a retirada do Exército israelense da Faixa de Gaza, em setembro de 2005. Ainda hoje, Israel afirmou que irá restaurar o fornecimento mínimo de combustível a Gaza - dez dias após impor um bloqueio ao território. Abbas e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, se reuniram para tratar do problema em Rafah e o israelense prometeu que seu país não deixará que a crise humana em Gaza se deteriore.