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Ibovespa faz 40 anos com valorização acumulada de 3.700%
Prestes a entrar na meia-idade, o Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador do mercado de capitais brasileiro, está em boa forma. Só em 2007, ele registrou alta de 43,6% - a maior em quatro anos. Desde 1968, quando foi criado, a alta acumulada já chega a 3.756,63% (corrigida pelo IGP-DI).
É bem verdade que neste ano o índice passa por um período ruim: até a última quinta-feira, o Ibovespa já havia perdido 10% de seu valor. Mas essa queda, apontam os especialistas, é conseqüência da crise nos mercados mundiais, provocada pelos temores de uma recessão nos Estados Unidos. Por aqui, dizem, o mercado reage bem.
"Em movimento, a Bovespa está no seu auge", diz Ricardo Nogueira, diretor de operações da Bolsa de Valores. "Lá atrás se negociava muito, mas em termos financeiros era um mínimo."
Os dados mostram isso: o volume negociado na Bovespa em janeiro de 1968 foi de Ncr$ 21.570 mil, que equivaleriam hoje a R$ 111,119 milhões, corrigidos pelo Índice Geral de Preços de Mercado – Disponibilidade Interna (IGP-DI). Em dezembro, esse volume chegou a R$ 4,8951 bilhões.
Amadurecimento
"Esse crescimento é resultado da melhora da economia brasileira", diz Alexandre Assaf Neto, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).
"O Brasil cresceu não só em termos quantitativos. O país começou a entender o que é globalização, os estrangeiros começaram a investir aqui. As empresas brasileiras começaram a se internacionalizar. E o próprio investidor se aculturou melhor à bolsa. Se uma economia cresce, é inevitável que a bolsa cresça", diz.
Parte desse crescimento deve ser creditada à queda da taxa de juros. "A taxa mais baixa, estimula o investidor a correr um risco maior. Com 40%, 50% de juros lá atrás, a maioria não se dispunha a correr o risco. O parâmetro de competitividade mudou", explica Nogueira.
Acompanhar a variação do Ibovespa (veja infográfico nesta página) é acompanhar as mudanças econômicas pelas quais o país passou. "Ele é calculado há 40 anos com a mesma metodologia. Então, você vê nele as diversas ondas pelas quais o Brasil passou e identifica os problemas e os bons momentos", diz Nogueira.
As maiores oscilações da história do Ibovespa mostram isso. Em 4 de fevereiro de 1991, primeiro dia do Plano Collor 2, que congela preços e salários e proíbe as operações financeiras de overnight, o índice subiu 36%, com a esperança dos mercados de que as ações pudessem controlar a inflação.
Já o Plano Collor 1 provocou a maior queda do indicador, de 22,26% em 21 de março de 1990. "Quando congelaram as poupanças, acabou o dinheiro do mercado", explica o diretor da bolsa.
Essas fortes oscilações já não ocorrem mais. Em 1997, foi usado pela primeira vez o 'circuit braker', mecanismo que interrompe as operações em caso de queda acentuada.
"Nossa bolsa é uma heroína", diz o professor da Fipecafi. "Passou por inflação de quase 2.000%, impeachment, crises e sobreviveu".
Empresas pioneiras
O Ibovespa foi lançado em 1968, e desde então é a referência para o mercado brasileiro. "Antes, a bolsa divulgava só as cotações de cada ação", diz Ricardo Nogueira.
Naquela época, 27 ações faziam parte do índice. Quarenta anos depois, apenas três nunca deixaram a carteira: a Companhia Vale do Rio Doce, a fabricante de cigarros Souza Cruz e a cervejaria AmBev, que entrou como Antarctica.
Outras três aparecem na primeira e na atual carteiras do Ibovespa, após passarem um tempo fora: Duratex, Banco Itaú e Lojas Americanas.
Das pioneiras, algumas empresas já deixaram de existir: a fábrica de automóveis Willys do Brasil, a Refinaria de Petróleo União e a Casa Anglo (Mappin). Outras, como Kibon, Arno e Cimento Itaú continuam existindo, mas já não têm ações negociadas em bolsa.
Hoje, a carteira do Ibovespa tem 64 papéis. Apesar do crescimento, Assaf aponta que a bolsa paulista ainda fica muito a dever às grandes. "Ela ainda é pequena, regional. Não representa nem uma bolsa do Mercosul. Para efeito de mundo, ela é até provinciana", diz. "Nossa bolsa ainda está em fase de aperfeiçoamento, mas as perspectivas são excelentes".
É bem verdade que neste ano o índice passa por um período ruim: até a última quinta-feira, o Ibovespa já havia perdido 10% de seu valor. Mas essa queda, apontam os especialistas, é conseqüência da crise nos mercados mundiais, provocada pelos temores de uma recessão nos Estados Unidos. Por aqui, dizem, o mercado reage bem.
"Em movimento, a Bovespa está no seu auge", diz Ricardo Nogueira, diretor de operações da Bolsa de Valores. "Lá atrás se negociava muito, mas em termos financeiros era um mínimo."
Os dados mostram isso: o volume negociado na Bovespa em janeiro de 1968 foi de Ncr$ 21.570 mil, que equivaleriam hoje a R$ 111,119 milhões, corrigidos pelo Índice Geral de Preços de Mercado – Disponibilidade Interna (IGP-DI). Em dezembro, esse volume chegou a R$ 4,8951 bilhões.
Amadurecimento
"Esse crescimento é resultado da melhora da economia brasileira", diz Alexandre Assaf Neto, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).
"O Brasil cresceu não só em termos quantitativos. O país começou a entender o que é globalização, os estrangeiros começaram a investir aqui. As empresas brasileiras começaram a se internacionalizar. E o próprio investidor se aculturou melhor à bolsa. Se uma economia cresce, é inevitável que a bolsa cresça", diz.
Parte desse crescimento deve ser creditada à queda da taxa de juros. "A taxa mais baixa, estimula o investidor a correr um risco maior. Com 40%, 50% de juros lá atrás, a maioria não se dispunha a correr o risco. O parâmetro de competitividade mudou", explica Nogueira.
Acompanhar a variação do Ibovespa (veja infográfico nesta página) é acompanhar as mudanças econômicas pelas quais o país passou. "Ele é calculado há 40 anos com a mesma metodologia. Então, você vê nele as diversas ondas pelas quais o Brasil passou e identifica os problemas e os bons momentos", diz Nogueira.
As maiores oscilações da história do Ibovespa mostram isso. Em 4 de fevereiro de 1991, primeiro dia do Plano Collor 2, que congela preços e salários e proíbe as operações financeiras de overnight, o índice subiu 36%, com a esperança dos mercados de que as ações pudessem controlar a inflação.
Já o Plano Collor 1 provocou a maior queda do indicador, de 22,26% em 21 de março de 1990. "Quando congelaram as poupanças, acabou o dinheiro do mercado", explica o diretor da bolsa.
Essas fortes oscilações já não ocorrem mais. Em 1997, foi usado pela primeira vez o 'circuit braker', mecanismo que interrompe as operações em caso de queda acentuada.
"Nossa bolsa é uma heroína", diz o professor da Fipecafi. "Passou por inflação de quase 2.000%, impeachment, crises e sobreviveu".
Empresas pioneiras
O Ibovespa foi lançado em 1968, e desde então é a referência para o mercado brasileiro. "Antes, a bolsa divulgava só as cotações de cada ação", diz Ricardo Nogueira.
Naquela época, 27 ações faziam parte do índice. Quarenta anos depois, apenas três nunca deixaram a carteira: a Companhia Vale do Rio Doce, a fabricante de cigarros Souza Cruz e a cervejaria AmBev, que entrou como Antarctica.
Outras três aparecem na primeira e na atual carteiras do Ibovespa, após passarem um tempo fora: Duratex, Banco Itaú e Lojas Americanas.
Das pioneiras, algumas empresas já deixaram de existir: a fábrica de automóveis Willys do Brasil, a Refinaria de Petróleo União e a Casa Anglo (Mappin). Outras, como Kibon, Arno e Cimento Itaú continuam existindo, mas já não têm ações negociadas em bolsa.
Hoje, a carteira do Ibovespa tem 64 papéis. Apesar do crescimento, Assaf aponta que a bolsa paulista ainda fica muito a dever às grandes. "Ela ainda é pequena, regional. Não representa nem uma bolsa do Mercosul. Para efeito de mundo, ela é até provinciana", diz. "Nossa bolsa ainda está em fase de aperfeiçoamento, mas as perspectivas são excelentes".
Fonte:
G1
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/188667/visualizar/
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