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Suharto deixa legado de estabilidade na região
CINGAPURA - Enquanto o ex-presidente autocrático da Indonésia, Suharto, estava entre a vida e a morte este mês, autoridades dos países vizinhos foram visitá-lo e dar palavras de incentivo.
Mahathir Mohamad, o ex-primeiro-ministro da Malásia, de 82 anos, visitou-o no dia 14 de janeiro, assim como fez o sultão de Brunei, Hassanal Bolkiah, de 61 anos.
Um dia antes, o patrono e primeiro premiê de Cingapura, Lee Kuan Yew, de 84 anos, estava ao lado de Suharto.
A morte de Suharto, que ocorreu no domingo, marca a passagem de uma era no sudeste da Ásia.
Suharto, Mahathir e Lee estavam no poder quando os países da região cresciam em ritmo tão acelerado que foram considerados pelo Banco Mundial como "Milagre da Ásia Oriental", uma conquista na qual a liberdade individual deu lugar ao desenvolvimento econômico.
Eles podem agradecer a Suharto, de 86 anos, por ter sido uma peça fundamental para trazer a estabilidade que permitiu o crescimento da região.
"Ele trouxe estabilidade à Indonésia e trouxe aos países vizinhos, e por isto eles são muito gratos", disse Michael Vatikiotis, autor de "Política Indonésia Sob Suharto", antes da morte do ex-presidente.
"Pode-se discutir sobre a corrupção e a repressão, mas não sobre a estabilidade", disse Vatikiotis.
Os 32 anos de Suharto como presidente do quarto país mais populoso do mundo e um dos principais fornecedores de commodities foi uma era de crescimento e estabilidade política obtidos às custas da supressão brutal da dissidência e corrupção quase sem precedentes.
As coisas eram muito diferentes quando Suharto chegou ao poder depois de impedir um golpe atribuído ao partido comunista, em 1965.
Sukarno, o primeiro presidente da Indonésia, havia declarado um "confronto" contra a Malásia em 1964, que incluiu Cingapura e os estados de Sabah e Sarawak, em Bornéu.
Sukarno acreditava que o arquipélago de Bornéu pertencia à Indonésia e anunciou a intenção de armar um milhão de camponeses e trabalhadores de esquerda para lutar com a Malásia. Isto ocorreu no auge na Guerra do Vietnã, quando os Estados Unidos temiam que os países do sudeste da Ásia caíssem como peças de dominó sob o jugo comunista.
Nos meses seguintes à tentativa de golpe, Suharto começou a destruir o partido comunista como uma força política.
Expurgos sangrentos causaram a morte de cerca de 500 mil supostos comunistas e simpatizantes, em um dos piores massacres da história. A maioria dos assassinatos foi cometida por grupos de milícias, mas o exército de Suharto nada fez para impedir o massacre.
Em seguida, Suharto abriu a Indonésia para a ajuda e os investimentos ocidentais.
O general Suharto havia feito negociações secretas para acabar com o confronto, muito impopular no exército, antes mesmo da deposição de Sukarno, em 1966.
O término formal do Confronto ocorreu em agosto daquele ano e abriu caminho para a criação da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean) como um bloco forte contra o comunismo.
Hoje, com sede em Jacarta, o bloco engloba dez países, com uma população total de 500 milhões de habitantes e que busca se tornar uma comunidade semelhante à União Européia, com um peso econômico e diplomático significativo no mundo globalizado.
Mahathir Mohamad, o ex-primeiro-ministro da Malásia, de 82 anos, visitou-o no dia 14 de janeiro, assim como fez o sultão de Brunei, Hassanal Bolkiah, de 61 anos.
Um dia antes, o patrono e primeiro premiê de Cingapura, Lee Kuan Yew, de 84 anos, estava ao lado de Suharto.
A morte de Suharto, que ocorreu no domingo, marca a passagem de uma era no sudeste da Ásia.
Suharto, Mahathir e Lee estavam no poder quando os países da região cresciam em ritmo tão acelerado que foram considerados pelo Banco Mundial como "Milagre da Ásia Oriental", uma conquista na qual a liberdade individual deu lugar ao desenvolvimento econômico.
Eles podem agradecer a Suharto, de 86 anos, por ter sido uma peça fundamental para trazer a estabilidade que permitiu o crescimento da região.
"Ele trouxe estabilidade à Indonésia e trouxe aos países vizinhos, e por isto eles são muito gratos", disse Michael Vatikiotis, autor de "Política Indonésia Sob Suharto", antes da morte do ex-presidente.
"Pode-se discutir sobre a corrupção e a repressão, mas não sobre a estabilidade", disse Vatikiotis.
Os 32 anos de Suharto como presidente do quarto país mais populoso do mundo e um dos principais fornecedores de commodities foi uma era de crescimento e estabilidade política obtidos às custas da supressão brutal da dissidência e corrupção quase sem precedentes.
As coisas eram muito diferentes quando Suharto chegou ao poder depois de impedir um golpe atribuído ao partido comunista, em 1965.
Sukarno, o primeiro presidente da Indonésia, havia declarado um "confronto" contra a Malásia em 1964, que incluiu Cingapura e os estados de Sabah e Sarawak, em Bornéu.
Sukarno acreditava que o arquipélago de Bornéu pertencia à Indonésia e anunciou a intenção de armar um milhão de camponeses e trabalhadores de esquerda para lutar com a Malásia. Isto ocorreu no auge na Guerra do Vietnã, quando os Estados Unidos temiam que os países do sudeste da Ásia caíssem como peças de dominó sob o jugo comunista.
Nos meses seguintes à tentativa de golpe, Suharto começou a destruir o partido comunista como uma força política.
Expurgos sangrentos causaram a morte de cerca de 500 mil supostos comunistas e simpatizantes, em um dos piores massacres da história. A maioria dos assassinatos foi cometida por grupos de milícias, mas o exército de Suharto nada fez para impedir o massacre.
Em seguida, Suharto abriu a Indonésia para a ajuda e os investimentos ocidentais.
O general Suharto havia feito negociações secretas para acabar com o confronto, muito impopular no exército, antes mesmo da deposição de Sukarno, em 1966.
O término formal do Confronto ocorreu em agosto daquele ano e abriu caminho para a criação da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean) como um bloco forte contra o comunismo.
Hoje, com sede em Jacarta, o bloco engloba dez países, com uma população total de 500 milhões de habitantes e que busca se tornar uma comunidade semelhante à União Européia, com um peso econômico e diplomático significativo no mundo globalizado.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/188681/visualizar/
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