Quatro pessoas foram assassinadas em Cuiabá em apenas nove horas

Cuiabá viveu uma noite de sexta-feira e uma madrugada de sábado sangrenta. Quatr pessoas foram assassinadas num espaço de nove horas - entre às 20 e às 5 horas -, com um duplo homicídio de um casal, uma morte por estrangulamento de uma mulher, e a execução de um adolescente de 17 anos. O mês de janeiro já somou 30 homicídios em 25 dias.

O derramamento de sangue começou às 20 horas de sexta-feira (25), com um casal baleado na frente de uma criança de apenas três anos no bairro Terra Nova, em Cuiabá. O casal estava sentado em uma lanchonete praça central quando um homem alto, forte, de cor escura e careca, chegou, desceu de uma moto, atirou várias vezes e fugiu. O homem já chegou morto ao Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), às 20 horas, e a mulher morreu às 21h40.

Por pouco, segundo testemunhas, as balas não atingiram a filha de uma das vítimas que estava na mesma mesa. O crime pode ser passional e o principal suspeito de mando, segundo denúncias da família, é um ex-policial militar, atualmente preso na cadeia para policiais, em Santo Antonio de Leverger.

As duas vítimas baleadas foram levadas em estado muito grave para o PSMC. O pintor José Arnaldo Dias da Silva, de 38 anos, levou dois tiros, não resistiu e já chegou morto na unidade. A jovem estudante e funcionária de um mercado da Capital, Sueli Barros da Silva, de 20 anos, levou um tiro na cabeça e deu entrada com massa encefálica exposta. Ela também não resistiu e foi a óbito. Sueli é mãe da pequena Gabriela, que estava sentado ao lado quando aconteceram os tiros.

O mandante do crime teria sido o ex-PM Aécio Paranhos dos Santos, de 39 anos, que está preso em Santo Antonio de Leverger. Sueli era ex-mulher do suspeito, com tinha uma filha e que já teria sofrido uma série de ameaças de morte.

O coronel Lino Farias, comandante do CR-1 (Comando Regional-1), acompanhou a ocorrência e confirmou a suspeita de crime passional. Segundo o comandante da Capital, a família da vítima fez as acusações contra o ex-marido da Sueli.

"A família afirma até que já existe uma denúncia oficial na Polícia feita pela própria vítima. Ela (Sueli), registrou uma ocorrência de espancamento em 18 de novembro do ano passado (BO-1020240.08.026184-), denunciado que estava sendo ameaçada de morte pelo ex-marido.

“O Aécio matou a minha filha e por pouco não mata a própria filha. Ele já havia jurado ela de morte. Disse que se Sueli não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém”, desabafou a dona-de-casa Ana Ramos, de 53 anos, mãe de Sueli.