Pílula 'evitou 100 mil casos de câncer' na Grã-Bretanha
A equipe de cientistas da Universidade de Oxford acredita que a crescente popularidade da pílula poderá, num futuro breve, evitar 30 mil casos de câncer de ovário todos os anos.
O estudo, publicado, na revista Lancet, se baseou em dados compilados em 45 estudos realizados anteriormente.
A ligação entre contraceptivos orais e baixas taxas de câncer nos ovários é amplamente conhecida, mas o novo estudo é um dos mais precisos ao retratar o grau de eficácia do medicamento ao longo da vida da mulher.
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Os especialistas afirmam que apesar de as doses hormonais encontradas nas cartelas modernas serem pelos menos a metade das contidas nas pílulas dos anos 60 e 70, o nível de proteção contra tumores continua o mesmo.
Ainda segundo os pesquisadores, a proteção contra o câncer pode permanecer por décadas depois que a mulher pára de tomar a pílula.
Outros estudos, no entanto, concluíram que o uso do contraceptivo por mais de oito anos pode estar associado a um aumento do risco de desenvolver câncer de mama e de colo do útero.
O coordenador da nova pesquisa, Richard Peto, afirmou que mulheres jovens não precisam se preocupar com os riscos.
“A redução no (número de casos de) câncer de ovário é maior do que o aumento da incidência de outros tipos de câncer”, disse Peto.
O editor da Lancet, Richard Horton, disse que os resultados do estudo podem ser um bom argumento a favor de facilitar o acesso à pílula.
“Há poucos medicamentos que conferem uma proteção eficaz e duradoura contra o câncer. Nós defendemos o acesso direto ao medicamento, que pode não somente prevenir contra o câncer, mas também salvar a vida de dezenas de milhares de mulheres”, disse Horton.
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