Estudo mostra inviabilidade da construção do trem-bala
O consultor legislativo Eduardo Fernandes analisou os três projetos de empresas interessadas na obra. O que serve de referência para o governo, o da italiana Italplan, estima uma demanda de até 32 milhões de usuários em 2012, o que tornaria rentável o negócio para a iniciativa privada. Mas Fernandes rebate e afirma que no ano passado, somando avião, ônibus e automóvel, viajaram entre Rio e São Paulo oito milhões de pessoas. O volume de passageiros teria que quadruplicar e todos os passageiros teriam de usar somente o trem para que a demanda fosse alcançada.
O estudo diz também que o parecer da empresa italiana garantindo ao governo que o empreendimento pagaria mais de US$ 73 bi de impostos ao longo da concessão de 42 anos não tem uma base segura. "Nós teremos um canteiro de obras paralisadas por muitos anos. Provavelmente por mais tempo do que aconteceu na Itália, onde o primeiro projeto de trem-bala deles, que estava previsto para ser construído em sete anos, demorou mais de 20", disse Eduardo Fernandes.
Segundo números de Ministério dos Transportes a construção do trem-bala custaria R$ 11 bi, começando em 2010, com término previsto para 2015. Ao preço de US$ 60 a passagem - cerca de R$ 106 - ele faria o percurso entre as duas capitais em 85 minutos. Numa segunda etapa, de São Paulo a Campinas, seriam mais 25 minutos. No total, 518 quilômetros de linha.
Outro lado
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, diz que qualquer estimativa sobre o trem-bala agora é precitada. Seja qual for o resultado, o governo já decidiu. "O trem-bala vai ser construído, é uma decisão do governo e por isso foi colocado no PAC", disse o ministro.
Joaquim Aragão, professor da Universidade de Brasília e especialista em transportes, a construção do trem-bala é viável desde que se monte uma infra-estrutura que incentive o vai e vem de passageiros. As informações são do Jornal da Globo de ontem.
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