Temor de recessão nos EUA leva a uma forte baixa dos preços do petróleo

SÃO PAULO - Os preços do petróleo voltaram a cair significativamente nesta sessão, recuando cerca de US$ 2 por barril. Os investidores suspeitam que o corte de juro promovido em regime de emergência pelo Federal Reserve (Fed), ontem, pode falhar como tentativa de recuperar a economia dos Estados Unidos, maior consumidor global de petróleo.

O contrato de WTI negociado para fevereiro em Nova York caiu US$ 2,22, para US$ 86,99. O vencimento de março fechou a US$ 86,82, com declínio de US$ 2,14. Em Londres, o barril de Brent para março terminou cotado a US$ 86,62, com recuo de US$ 1,83. O vencimento para o mês seguinte caiu US$ 1,91, para US$ 86,26.

A leitura do mercado é de que a possibilidade de recessão, cenário que embute dificuldades para empresas, desemprego e redução do poder de compra dos consumidores, pode levar o consumo de óleo cru e derivados a uma queda importante, sobretudo tendo em conta o alto preço do produto atualmente.

Na tentativa de evitar esse quadro, o Fed anunciou ontem uma baixa de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros dos EUA, que deve ser associada ainda a um incentivo fiscal de cerca de US$ 150 bilhões a ser avaliado pelo Congresso.

Nenhuma das medidas pareceu suficiente aos agentes, que voltaram a atuar com força na ponta de venda de ativos de maior risco, como o acionário. O entendimento imediato é de que, se o Fed precisou agir com emergência, a situação pode ser ainda mais grave do que o esperado.

Diante desse quadro, pouca atenção vem sendo dirigida para os estoques americanos, cujo comportamento será divulgado amanhã em relatório do Departamento de Energia dos Estados Unidos. As estimativas apontam que as reservas de óleo cru podem ter aumentado em 1,5 milhão de barris na semana encerrada em 18 de janeiro, e as de gasolina devem registrar elevação de 1,4 milhão de barris.