Surto de leishmaniose mata seis em Rondonópolis
O número equivale à metade dos registros da doença em Mato Grosso no ano passado e supera em duas vezes a soma dos casos ocorridos no município de 2001 a 2006.
"Antes de novembro, nossa média era de um caso por ano, sem mortes. O surto dos últimos três meses, portanto, é muito grave", diz a secretária municipal adjunta da Saúde, Rosana Zucato Juliani.
Somente nos primeiros 20 dias do ano, foram quatro casos e duas mortes. A última vítima foi confirmada hoje pela Secretaria Municipal: um homem de 56 anos que estava internado no Hospital Regional da cidade. "Quando chegou para se tratar, o quadro já estava muito avançado", afirma o diretor da unidade, Ênio Ricardo Pereira Júnior.
Causada por um protozoário e transmitida por mosquitos das espécies lutzomyia longipalpis e lutzomyia cruzi, a leishmaniose visceral afeta principalmente o fígado e o baço dos infectados. A doença provoca febre, diarréia, hemorragia e, se não tratada, mata em 90% dos casos.
De acordo a secretária adjunta, a doença, que antes era restrita às regiões de mata silvestre e rurais, tem surgido cada vez mais próxima dos centros urbanos. Segundo ela, isso se deve ao crescimento populacional e às agressões ao meio ambiente.
"Além do desmatamento, são muitas as pessoas que se mudam das zonas rurais e chegam à cidade já infectadas. Outras trazem seus cães, que são os principais hospedeiros da doença", diz.
O município iniciou uma campanha pela limpeza de terrenos baldios na periferia. Também estão sendo divulgados --inclusive para os profissionais de saúde da região-- informações sobre os sintomas. "O importante é procurar logo o tratamento assim que surgirem os primeiros sinais".
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