Denúncias contra policiais de MT crescem quase 50% em 2007
A história de Márcio Luís Teixeira (39), faz parte dessa estatística. Ele morreu por hemorragia após ter sido espancado por policiais civis, em novembro do ano passado, em Várzea Grande. Com medo de represálias, os parentes não se identificam, mas ainda cobram justiça. " Ele era uma pessoa trabalhadora, honesta. Não se envolvia com drogas e morrer assim, tão rápido. Tem que ter justiça mesmo", disse um parente.
Outro fato marcou 2007. A apresentação simulada da Polícia Militar em Rondonópolis (210 quilômetros de Cuiabá), em que um das armas estava carregada e resultou na morte de um menino, sem contar os feridos. E recentemente dois PM's foram acusados de um assalto a um empresário depois de sacar dinheiro de um caixa eletrônico. De acordo com a Ouvidoria, em 2007, só a polícia civil foi responsável por 27,6% das reclamações.
Os números de Mato Grosso se refletem no ranking nacional. Um levantamento feito pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), revela que o Estado ocupa o quarto lugar no país em casos de violência policial. Pela ordem, só perde para o Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo. E o envolvimento maior é da Polícia Militar.
Só ela responde por cerca de 70,04% das denúncias feitas na Ouvidoria. Para o comandante geral da PM, Cel Antônio Benedito Campos Filho, isso ocorre porque o efetivo é bem maior que o da polícia civil, e também atende mais ocorrências e a atuação é mais ostensiva." Todos os casos de denúncia que são verdadeiros são tomados procedimentos administrativos pelo comando da polícia militar. Os policiais militares que têm desvio de conduta estão sendo punidos e estamos investindo também nos recursos humanos, do acompanhamento psicológico dos policiais", ressaltou.
Para o ouvidor de polícia, Auremácio Carvalho, há profissionais que já têm comportamento agressivo e, aliado a uma sensação de impunidade, estimula a prática de agressões. Ele sugeriu a criação de um grupo de psicólogos, para um acompanhamento mais próximo dos policiais. " Acho que uma vigilância maior, um acompanhamento e o cumprimento da lei no regulemanto militar poderão acabar com essa impunidade", disse.
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