Dados de 2007 apontam recuperação econômica de Mato Grosso

Mato Grosso apresentou em 2007 taxas mais vigorosas que indicam a recuperação e crescimento econômico do Estado, principalmente, tomando o ICMS como parâmetro, conforme indicam os dados apresentandos nesta terça-feira (22) pela Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia e a Federação das Indústrias em Mato Grosso. Para o presidente da Fiemt, Mauro Mendes, os números confirmaram as perspectivas do início do ano que previam uma forte recuperação da economia estadual em 2007.

Os indicadores econômicos referentes ao período de janeiro a dezembro de 2007 mostram que o índice de arrecadação de impostos federais por Mato Grosso foi maior que do Brasil. O Estado arrecadou 16,1% a mais que em 2006, para 10,3% do país, números que indicam o bom desempenho da economia estadual no ano passado. De janeiro a dezembro de 2006, o Estado arrecadou R$ 1.336,20 para R$ 1.615,97 milhão em 2007. Já o país arrecadou R$ 523.358,00 para R$ 602.793,00 em 2007. A variação real é obtida mediante o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 4,46.

Na arrecadação do ICMS, a contribuição da indústria estadual foi mais expressiva com crescimento real de 8,1%, mantendo sua participação de 29% e rompendo a barreira de R$ 1 bilhão arrecadado pelo setor, o que indica, conforme análise econômica da Fiemt, um cenário de forte crescimento econômico tomando como parâmetro de aferição o ICMS. Em 2007, a arrecadação total do imposto no Estado foi de R$ 3,466 bilhões, sendo que a indústria respondeu por R$ 1,06 bilhão.

Os indicadores foram divulgados em coletiva à imprensa na sede da Federação, apresentando a análise do desempenho da economia por meio da arrecadação de impostos e contribuições federais, consumo de energia elétrica, geração de empregos formais e balança comercial.

O assessor de Comércio Exterior da Sicme, Paulo Henrique da Cruz, citou a política de incentivos fiscais do Governo do Estado como um dos fatores que contribuíram para esse crescimento, “criando mecanismos para que as indústrias se instalem no Estado com a isenção de tributos e outras vantagens que possibilitam a ampliação dos seus negócios”, afirmou.

Esse resultado na economia estadual é ainda apontado pelo presidente da Fiemt, como o fruto de um trabalho consistente realizado no Estado por políticas de governo e por uma série de instrumentos que se iniciaram há três anos. “Começamos a viver um momento onde a indústria apresenta indicadores muito positivos. A indústria foi um dos principais motores da economia estadual em 2007”, avaliou Mendes.

PERSPECTIVAS EM 2008

Para este ano, Mauro Mendes adiantou que as perspectivas também são positivas devido aos novos empreendimentos, novas indústrias no interior do Estado, cujas operações estão previstas para terem início já em 2008. “Grandes projetos que serão suficientes para garantir o crescimento desses indicadores em 2008”, argumentou, lembrando que deverão, contudo, garantir em torno de 15 mil novos empregos formais e diretos.

“Pelos novos empreendimentos que estão em implantação e toda a perspectiva positiva vivida hoje pelo agronegócio, com a recuperação do commodities agrícola, teremos um crescimento maior que 2007”, prevê Mendes.

QUALIFICAÇÃO

A economia estadual ainda enfrenta dois gargalos que é a infra-estrutura, com o problema de escoamento de produtos e a falta de mão-de-obra capacitada, que vão exigir políticas continuadas de qualificação. Mesmo com a oferta de cursos gratuitos pelo Senai Escola, cerca de 60, a análise aponta que Mato Grosso não terá profissionais qualificados para 3% a 5% das novas vagas que surgirem, especificamente para profissionais que vão lidar com máquinas computadorizadas.

ICMS

De Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), entre os principais segmentos da arrecadação destacaram-se as indústrias de produtos químicos; de bebidas, álcool etílico e vinagre; de produtos com substituição tributária, de madeira, dentre outros que variaram, em alguns casos até 22,6% de 2006 para 2007.

ENERGIA ELÉTRICA

Em 2007, o Estado de Mato Grosso aumentou o consumo de energia elétrica em 10,2%. A indústria teve uma participação de 29% no índice, com crescimento de 18,3%. Ou seja, nesse ano ela apresentou um consumo de 1.390.900 Mwh para 1.175.313 Mwh em 2006, conforme levantamento junto a Cemat e Fiemt.

Dentre as classes industriais que mais consumiram energia estão a Extração e Tratamento Minerais com aumento de 47,2% de 2007 para 2006; Indústria de Transformação que aumentou 17% no ano passado e a Construção que registrou 9,1%. Os demais somaram uma variação de 8,8% no consumo.

EMPREGOS FORMAIS

O índice que mais registrou crescimento no Estado, sobretudo, no último ano foi o da oferta de empregos formais. O comparativo aponta que em 2007 foram criadas 24.556 novas vagas e em 2006, apenas 4.131, uma variação de 20.425 mil vagas. O setor de indústria em Mato Grosso foi responsável por 42% dessas vagas no ano passado, ou seja, 10.339 foram criadas pela indústria.

No ano de 2007, foram oferecidas 6.734 novas vagas de empregos formais no Comércio; 5.778 vagas na Indústria; 5.391 na Agricultura e Silvicultura, segundo levantamento junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados e Fiemt.

BALANÇA COMERCIAL

A balança comercial estadual registrou uma variação 11,5% do ano de 2007 para o mesmo período de 2006. As exportações apresentaram um aumento de 18,4% registrando em 2007, US$ 5.130,87 para US$ 4.333,47 no ano anterior. As importações variaram 85,3%, sendo US$ 753, 28 no ano passado para 406,52 em 2006. Na Região Centro-Oeste, Mato Grosso representa 53% das exportações sendo soja (56,75%); carne (15,55%); milho (12,92%); algodão (5,70%); madeira (4,79%); entre outros.

Entre os principais destinos dos produtos mato-grossenses estão: China, Rússia, Países Baixos (Holanda), Espanha, Itália e França.