Exportador de frango pede mudança em cotas da UE
Quando instituiu o sistema de cotas, em julho do ano passado, a UE distribuiu as licenças de importação entre grandes e pequenos compradores. Cada empresa não pode ter mais de 5% das autorizações de importação. Assim, alegam os brasileiros, foi criado um mercado de licenças e o custo deste mecanismo foi repassado para o exportador. Por conta disso, a indústria vende frango a um preço menor do que poderia no mercado europeu. No caso do peito de frango salgado, diz Lohbauer, o Brasil vende a tonelada por US$ 3.100 quando poderia receber US$ 3.800.
A Abef pedirá que o Itamaraty negocie com a UE uma nova operação da distribuição das cotas. Segundo Lohbauer, a questão não pode ser tratada na Organização Mundial do Comércio (OMC). O problema tem de ser tratado em negociações bilaterais.
Segundo um acordo fechado em 2006, o Brasil pode exportar 336 mil toneladas de carne de frango e peru industrializado para o mercado europeu. A negociação veio depois que a UE, obrigada a baixar suas tarifas para o peito de frango salgado após derrota sofrida na Organização Mundial do Comércio (OMC), resolveu restringir a entrada de carne de aves de exportadores como Brasil e Tailândia. Do total da cota brasileira, 170.807 toneladas são de frango salgado, 73 mil t para frango congelado e 92.300 t para peru industrializado. Dentro das cotas incidem tarifas que variam de 8,5% a 14,5%, dependendo do produto. Fora da cota, a taxa é de 1.024 euros por tonelada.
A imposição das cotas limita o crescimento das exportações brasileiras de frango para a UE e, agora, percebe-se que também tem limitado o aumento dos preços dos produtos vendidos para o bloco. Apesar disso, em 2007 o Brasil vendeu 561 mil toneladas de carne de frango para o mercado europeu, crescimento de 36% ante 2006. A receita foi 77% maior com US$ 1,3 bilhão.
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