Electronic Arts suspende a venda de 'Counter-Strike' no Brasil
A Electronic Arts, reponsável pela distribuição de "Counter-Strike" no Brasil, anunciou nesta terça-feira (22) que suspendeu a venda do jogo de tiro em território nacional.
A empresa recomenda que lojistas retirem os jogos "Counter-Strike Source" e "Counter-Strike Antology" das prateleiras, até segunda ordem.
Ao lado do RPG on-line "Everquest", "Counter-Strike" foi considerado "nocivo à saúde dos consumidores" pelo juiz federal Carlos Alberto Simões de Tomaz, da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais.
Na última sexta (18), o Procon anunciou que estava recolhendo das lojas do estado de Goiás os jogos mencionados pelo juiz. A decisão tem validade em todo o território brasileiro, mas o recolhimento dos jogos depende da decisão de cada representação do Procon. Ouvido pelo G1, o Procon de São Paulo disse que estudava a ação.
A decisão do juiz proíbe a comercialização dos jogos, mas não seu uso. Portanto, usuários e lan-houses que já tiverem os games não estão impedidos de jogar. A multa para infração de lojistas é de R$ 5 mil.
Segundo comunicado da EA, a suspensão da venda do jogo tem caráter preventivo e procura "evitar possíves problemas que possam surgir junto a órgãos de defesa do consumidor enquanto a eficácia daquela decisão não for devidamente apreciada".
Não-oficial
Segundo texto publicado pelo Procon de Goiás, o jogo "Counter-Strike" "reproduz a guerra entre bandidos e policiais e impressiona pelo realismo. No vídeo-game, traficantes do Rio de Janeiro seqüestram e levam para um morro três representantes da Organização das Nações Unidas. A polícia invade o local e é recebida a tiros".
A Electronic Arts afirma que a descrição do juiz refere-se a uma modificação não oficial disponível na internet: "itens como traficantes, a cidade do Rio de Janeiro, favela, trilha sonora funk e pontuação extra por matar PMS não fazem parte do jogo original. Estas modificações foram criadas por pessoas que não têm qualquer tipo de ligação ou relacionamento com ambas as empresas e que dispuseram seu download gratuitamente pela internet."
O comunicado da Superintendência de Proteção ao Consumidor afirma que o RPG "Everquest", que não tem distribuição oficial no Brasil, "leva o jogador ao total desvirtuamento e conflitos psicológicos 'pesados'; pois as tarefas que este recebe, podem ser boas ou más".
Anos depois
Criado a partir de modificações no jogo "Half-Life", "Counter-Strike" foi desenvolvido pela comunidade de jogadores em 1999, sendo posteriormente comercializado pela produtora Valve. No jogo, duas equipes se enfrentam em partidas on-line: o time dos "terroristas" e o dos "policiais". As missões variam entre armar/desarmar bombas e eliminar a equipe adversária.
Considerado o jogo mais popular dos "cyberesportes" em competições como Electronic Sports World Cup (ESWC) e World Cyber Games (WCG), "Counter-Strike" ganhou novas versões, como "Condition zero" e "Source".
"Everquest", RPG on-line (MMORPG) lançado em 1999, foi uma das referências do gênero que hoje tem em "World of warcraft" seu mais popular representante. "Everquest" teve versões e atualizações diversas para PlayStation 2 e PC - a franquia pertence à Sony Online Entertainment, que não tem representação no Brasil.
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