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Economia
Terça - 22 de Janeiro de 2008 às 09:19
Por: Tânia Nara Melo

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Os pecuaristas de Mato Grosso comemoram um novo recorde nos preços da arroba do boi que hoje está em R$ 70. A boa fase, de acordo com o presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Mário Cândia, é resultado do investimento na qualidade e sanidade do rebanho que vem sendo feito há alguns anos. Segundo ele, o período de 2004/2005 foi muito ruim para o setor, já em 2006 houve uma evolução e, agora, atingiu um patamar que está possibilitando a recuperação dos investimentos. Mas lembra que ainda há muito para recuperar. “Hoje o que temos é um valor real, antes os valores eram muito irreais”.

Cândia acredita que esse patamar deve se manter e destaca o aumento do consumo interno. “Nosso maior cliente é o Brasil. A melhora do poder aquisitivo faz com que a carne esteja cada vez mais presente na mesa dos brasileiros. O preço melhora e o consumo aumenta”. Ele diz que é necessário, ao invés de se ampliar as áreas de pastagem, melhorar o que já existe. Ele destaca também que os preços precisam acompanhar os custos, principalmente dos insumos que têm alta constante.

Também o diretor executivo da Associação dos Produtores Rurais (APR), Paulo Resende, se mostra satisfeito com o momento vivenciado pelo setor. “O preço é bom, é ideal e permite que os pecuaristas trabalhem. Tivemos uma grande alavancada nos preços que estavam defasados. Hoje o patamar está bom para o produtor”. Ele ressalta, porém, que não dá para prever se o preço vai se manter em alta. “Qualquer previsão neste momento seria mera adivinhação, já que tudo depende de uma série de fatores, entre eles a situação da economia mundial, o preço dos insumos e, também, a renda dos trabalhadores”.

Resende diz que para que o bom momento se mantenha é preciso que tudo corra bem na economia, que o povo esteja bem e a economia em pleno funcionamento. “Quem produz precisa ter para quem vender, então precisamos torcer para que tudo vá bem, que mais gente possa comer carne, que é a melhor proteína e a mais barata do mundo. Assim todo mundo ganha”.

O presidente do Centro Boi, Luis Heraldo Padilha, credita o bom preço da arroba do boi a três importantes fatores. Ele afirma que o que está ocorrendo é reflexo do primeiro grande abate de matrizes, aliado à dificuldade de se formar novas áreas de pastagens. Ele lembra também que além da saída de machos muitos animais jovens foram vendidos a outros estados, o que gerou uma escassez de animais em idade de abate. A escassez, diz, gera a situação do preço. “Antes o preço da carne do boi subia e havia a opção do frango ou do suíno. Hoje a alta é geral”, avalia.

A redução do rebanho preocupa Resende. Segundo ele, isso pode fazer com que as plantas de frigoríficos prevista para o Estado sejam repensadas.





Fonte: Diário de Cuiabá

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