Para economistas, crise maior é de confiança
SÃO PAULO - A reação negativa do mercado financeiro ao pacote do governo americano, que prevê a injeção de até US$ 150 bilhões na economia dos Estados Unidos para conter a recessão, está muito mais relacionada à crise de confiança que atormenta os investidores do que às medidas propriamente ditas. Segundo economistas, ninguém sabe ao certo a extensão dos prejuízos causados pela crise das hipotecas de alto risco (subprime). É exatamente essa desconfiança que neutraliza os efeitos que qualquer medida anunciada poderia ter.
"O mercado financeiro iria cair independentemente do pacote. O recuo não se deve apenas à frustração com as medidas anunciadas?, afirmou Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada. Para ele, o que está em jogo hoje é o tamanho do problema. "A questão fundamental é a falta de confiança na economia dos Estados Unidos: se o problema é mais grave do que se imagina e se os seus efeitos vão durar por quanto tempo.
"Qual o tamanho do vale que nós estamos entrando agora é o que está em disputa?, afirmou o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Ele observou que o pacote anunciado na sexta-feira não pode salvar a economia norte-americana de uma recessão. "O que está se colocando hoje é se pode ser uma recessão branda ou uma recessão muito mais forte do que a última. Salvar da recessão é algo que já ficou pra trás". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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