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Internacional
Segunda - 21 de Janeiro de 2008 às 23:23

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Depois de 180 dias, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro divulgou um relatório final da CPI do Carnaval, que investigou a denúncia de manipulação dos resultados dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de 2007 e o contrato entre a Riotur e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Segundo a vereadora Teresa Berguer, presidente da CPI, há falhas no processo de julgamento do carnaval.

A Câmara afirmou que o relatório será encaminhado ao Ministério Público do Rio, para seu conhecimento e medidas que achar cabíveis, e ao Tribunal de Contas do município, a fim de que seja realizada uma auditoria na contabilidade da Liesa.

De acordo a vereadora, foram encontradas várias contradições nos depoimentos dos jurados de 2007. Poucos conseguiram descrever com clareza a sua participação no julgamento. A primeira contradição encontrada refere-se à seleção de julgadores. Alguns afirmaram ter enviado currículo para a Liesa, enquanto outros afirmaram ter recebido convite ou indicação.

Na conclusão do relatório, a vereadora afirma que “se a CPI não conseguiu provar de modo cabal (completo) a manipulação do resultado do carnaval de 2007, restou comprovado que há falhas no processo”. Para a comissão, “A Liesa não pode substituir o poder público”.

O G1 procurou a Liga Independente das Escolas de Samba, mas a diretoria estava em uma reunião e não pôde atender os telefonemas.

Erros primários

A Câmara dos Vereadores informou, ainda, que a CPI encontrou erros primários, a maioria relacionado à Liesa. Diz o relatório: “O contrato firmado entre a Riotur e a Liesa transfere a esta entidade poderes absolutos, para escolher e substituir jurados, comercializar direitos de imagem, promover merchandising, contratar sonorização, reboques, vendas de imagem, comercialização de alimentação, empilhadeiras, roletas eletrônicas”.

Os vereadores questionam esses poderes – no que diz respeito à organização do desfile, incluindo a escolha dos jurados – e pedem a revisão do contrato.

Cadernos de notas

Uma das principais críticas do relatório é o fato de os jurados levarem para casa os cadernos de notas entre as duas noites de desfile. Para a CPI, esta medida adotada pela Liesa é preocupante.

“A fragilidade de tal guarda deixa os jurados expostos às mais diversas situações de vulnerabilidade, como por exemplo, a violência por que passa a nossa cidade nos dias atuais, a perda do caderno, ou até mesmo a influências de pessoas estranhas ao julgamento”, diz um trecho do relatório.

Relacionamento

Tereza Berguer considerou antiética a relação de uma julgadora específica, Cris Moura, com o coordenador de jurados, Júlio César Guimarães Sobreira. Segundo a vereadora, em seus depoimentos, Cris Moura faltou com a verdade.

“Isso caracteriza, no mínimo, um comportamento antiético e de conflitos de interesses, nocivo à lisura tão necessária à apuração do resultado do desfie das escolas de samba do Grupo Especial”, afirma o relatório.

A CPI do carnaval ouviu os jurados, o atual Presidente da Liesa, Jorge Luiz Castanheira Alexandre, o Presidente da Liesa no Carnaval de 2007, Ailton Guimarães Jorge, o coordenador de jurados no Carnaval 2007, Júlio César Guimarães Sobreira, a secretária pessoal de Júlio César Guimarães Sobreira, Jacqueline da Conceição Silva, a secretária da Presidência da Liesa, Janice Regina Prist Teixeira, o Diretor-Presidente da Riotur, Luiz Felipe Bonilha, e o Presidente de Honra da Beija-Flor, Aniz Abrahão David.




Fonte: G1

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