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Internacional
Domingo - 20 de Janeiro de 2008 às 22:21

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Belgrado, 20 jan (EFE) - O ultraconservador Tomislav Nikolic, e pró-europeu Boris Tadic, atual presidente sérvio, devem concorrer no segundo turno das eleições presidenciais na Sérvia, que será realizado em 3 de fevereiro, segundo dados extra-oficiais da primeira rodada realizada hoje na Sérvia

Nikolic, líder do Partido Radical Sérvio (SRS), conseguiu a vitória relativa no primeiro turno realizado hoje, com 39,4% dos votos, segundo as projeções definitivas da ONG Centro para as Eleições Livres e a Democracia (Cesid).

Já Tadic, líder do Partido Democrático (DS), alcançará 35,4% dos sufrágios, segundo as primeiras projeções preliminares divulgadas pelo organismo uma hora depois do fechamento das urnas.

O Centro confirmou também as mesmas tendências dos primeiros resultados incompletos divulgados pelos dois partidos e pela Comissão Eleitoral depois da apuração dos votos emitidos em 29,20% dos colégios eleitorais.

As pesquisas indicavam que nenhum dos candidatos conquistaria hoje a vitória absoluta e que Nikolic e Tadic disputariam o segundo turno.

Uma grande surpresa na votação foi o alto comparecimento dos eleitores às urnas, que superou os 60%, algo pouco comum em pleitos na Sérvia.

"Nunca estivemos mais perto das mudanças, os cidadãos entenderam meu desejo", disse Nikolic hoje à noite, após serem anunciados os primeiros resultados.

"Quero unir a Sérvia e levá-la por um caminho melhor. Não desistam, amanhã de manhã iniciamos a campanha para o segundo turno. Não podem nos deter", destacou Nikolic na sede de seu partido, e pediu aos eleitores no dia 3 de fevereiro também compareçam em massas às urnas.

Tadic se mostrou "absolutamente confiante da vitória" na segunda rodada, e, da mesma forma que seu concorrente, pediu aos eleitores que votem em massa "para mostrar que a Sérvia não desiste de sua via européia, das mudanças que significam uma vida melhor".

"Não renunciaremos nem ao Kosovo nem a nosso futuro europeu. Ansiamos uma vida melhor, a segurança, a estabilidade", ressaltou Tadic.

As eleições presidenciais são consideradas por muitos um tipo de plebiscito sobre se o país seguirá pelo caminho pró-europeu ou se voltará ao discurso nacionalista que tinha marcado a década passada de isolamento internacional da Sérvia e conflitos durante o regime autoritário de Slobodan Milosevic, deposto em 2000.

A campanha eleitoral girou em torno do Kosovo e da posição em relação à União Européia (UE), perante a disposição de muitos países europeus de reconhecer a independência da província sérvia.

Isso fez com que muitas reservas começassem a surgir na Sérvia sobre a via pró-européia.

O pleito foi realizado em um momento de difíceis desafios, quando a maioria albanesa do Kosovo se prepara para proclamar de forma unilateral a independência da província, à qual a Sérvia não quer renunciar.

Acredita-se que o resultado das eleições presidenciais serão incertos até o final.

Os analistas consideram que muito dependerá do primeiro-ministro sérvio, Vojislav Kostunica, que não se pronunciou sobre qual dos dois favoritos apoiaria no segundo turno.

Na primeira rodada, o populista Velimir Ilic contou com o apoio de Kostunica e, de acordo com as projeções proporcionadas até agora, obteria 7,6% e teria sido o terceiro candidato mais votado.

Os partidos de Kostunica e Tadic fazem parte de uma coalizão no Governo, mas entre as duas legendas sempre houve uma crise latente.

O engenheiro Milutin Mrkonjic, deputado do partido socialista e grande admirador de seu antigo chefe Slobodan Milosevic, alcançou hoje 6% dos votos, e Cedomir Jovanovic, jovem e enérgico político pró-ocidental, 5,6%, segundo os primeiros dados.




Fonte: EFE

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