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Domingo - 26 de Maio de 2013 às 17:46
Por: PRISCILLA VILELA

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Os deputados estaduais estão “viciados” na figura de um líder do governo. A constatação parte do cientista político da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), João Edisom. Ele explica que o cargo de “líder” não existe institucionalmente, mas atualmente se faz necessário e serve como um “guia” dos parlamentares. 

O impasse pela escolha de uma nova liderança surgiu quando o deputado Romoaldo Júnior (PMDB), que desempenhava a tarefa, assumiu a presidência da Assembleia Legislativa. Ele substitui José Riva (PSD), afastado do posto por decisão do Tribunal de Justiça. 

A escolha, contudo, se tornou um verdadeiro dilema. Não pela ausência, mas pelo excesso de possibilidades, visto que a maioria dos deputados é da base aliada ao governo Silval Barbosa (PMDB). 

“Não existe o cargo de líder do governo institucionalmente. Criou-se essa relação e, daí, o posto se tornou necessário pelo vício que foi criado. A forma como a AL está estruturada faz ele necessário”, avalia o analista. 

Hoje, dos 24 deputados estaduais, somente três assumem postura de oposição e defendem propostas que se chocam aos interesses do governador. O restante somente demonstra “rebeldia” quando há algum interesse em jogo. 

Foi o caso dos progressistas Ezequiel Fonseca e Antônio Azambuja, que vinham criticando o governo e ameaçaram partir para oposição nesta semana, diante de anúncio de Silval sobre a manutenção de Mauri Rodrigues na secretaria de Saúde. 

Em relação à estrutura do Parlamento estadual, João Edison afirma que a falta de um sucessor a Romoaldo em nada afeta. Porém, esclarece que se criou uma comodidade, uma idealização de alguém que represente o governador dentro da Casa. A presença seria para dar respostas rápidas quando são feitas exigências e reclamações. 

O deputado Márcio Pandolfi (PDT), membro da oposição, é um dos que avalia ser necessário haver uma liderança. Para ele, é preciso no Parlamento alguém ligado diretamente ao Executivo e “municiado” de respostas rápidas às reivindicações feitas na tribuna. 

João Edisom lembra da teoria de independência entre os Poderes que, para ele, esbarra nesta necessidade por alguém para comandar um grupo. Ressalta, porém, que esta não é uma exclusividade mato-grossense. Ocorre em todo o país. “Não existe uma independência entre os Poderes”, pontua. 

O ainda líder do governo Romoaldo Júnior, afirma que já sugeriu ao governador um substituto. Apontou os nomes de Hermínio J. Barreto (PR), Alexandre César (PT) e Teté Bezerra (PMDB). Contudo, ainda não há uma definição sobre quem finalmente ocupará o posto. 

Para João Edisom, somente o governador sabe o perfil que melhor lhe atenderá. O analista evita apontar nomes, mas diz que a tendência que o eleito seja alguém que, além de ter um bom trânsito entre as duas Casas, tenha um bom relacionamento pessoal com Silval. “Somente ele vai saber que é o melhor. Mas definitivamente será uma pessoa que tenha uma ligação com ele”. 





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