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Nacional
Sábado - 19 de Janeiro de 2008 às 05:32
Por: Leonencio Nossa

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Brasília - Ministros que estiveram nesta semana no gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltaram a ouvir dele uma frase freqüente nos momentos de disputa eleitoral ou de dificuldades no primeiro mandato: “Eu quero viajar.” A frase foi ouvida por diversos subordinados, como o ministro Fernando Haddad, da Educação. A ordem do presidente, relatam auxiliares, é até o fim do mês iniciar uma série de visitas a obras de universidades, escolas técnicas, redes de esgoto e conjuntos de casas populares.

Em 15 dias, Lula quer lançar, no Palácio do Planalto, o programa Territórios da Cidadania, que prevê projetos de microcrédito, regulamentação fundiária e incentivos para produção de biodiesel em 60 áreas pobres do meio rural. O presidente avisou ao ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, idealizador do programa, que pretende visitar um desses “territórios” o mais breve possível.

Um dos mais empenhados em tirar o presidente da “jaula” - como ele já se referiu ao Planalto - é o ministro de Cidades, Márcio Fortes. Ele esboçou uma série de viagens de inauguração de obras de saneamento básico e educação. Sustenta que a pasta não sofrerá cortes drásticos no orçamento e contará com R$ 4,4 bilhões para gastar neste ano em projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As viagens propostas por Fortes devem começar no fim de fevereiro. Antes, Lula pode se deslocar para assinar contratos de intenção de parceria com Estados e prefeituras, numa “caravana do PAC”.

Pessoas próximas dizem que o presidente está “ansioso” para voltar ao semi-árido nordestino, onde vivem os eleitores mais identificados com ele. A volta de Lula aos grotões poderá começar no canteiro da obra mais polêmica do governo. Ele decidiu que visitará os trabalhos de transposição do Rio São Francisco, possivelmente em algum trecho da Bahia. Até o momento, ele demonstra não estar preocupado com possíveis protestos de organizações sociais lideradas pelo bispo de Barra, d. Luiz Flávio Cappio, que fez duas greves de fome contra o projeto.

Alguns auxiliares do presidente lembram que ele nunca escondeu o prazer dos comícios. Em viagem a Parnaíba, no Piauí, em fevereiro de 2006, disse que “homem público faz campanha 365 dias por ano” e que “é na rua que está a compreensão” dos projetos do governo.

A parlamentares e ministros, o presidente tem dito que não pretende entrar nas brigas dos partidos aliados no primeiro turno das eleições municipais. É possível que suba em palanques na segunda etapa. Ele não esqueceu, comentam aliados, da multa por pedir votos, em setembro de 2004, para a então prefeita e candidata à reeleição Marta Suplicy.

Reforma

Lula tem outro motivo para ficar mais tempo fora de Brasília em 2008. Em junho ou julho, o palácio será fechado para reforma, que deverá durar dois anos. O presidente deve despachar em outro local. Um dos mais cotados é o Centro Cultural Banco do Brasil, onde foi instalado o governo de transição, no fim de 2002. Lula não fechou questão. Ele também pode ocupar o Palácio do Buriti, do governo do Distrito Federal, ou um terceiro prédio.





Fonte: AE

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