Repórter News - reporternews.com.br
Contratações no setor bancário caíram em 2007
O temor de ser demitido com os processos de fusões entre bancos e a expansão da rede de correspondentes bancários desacelerou a criação de empregos no setor financeiro.
"A rotatividade está aumentando na categoria bancária. (...) Há um movimento grande dos trabalhadores saindo do setor financeiro", afirmou Luis Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
No ano passado, o saldo entre contratações e desligamentos ficou positivo em 21.957 --menor que os 26.707 novos postos de trabalho de 2006. Para ele, uma nova desaceleração deverá ocorrer neste ano e um dos motivos é a fusão entre os grandes bancos --em outubro, um consórcio liderado pelo Santander adquiriu o ABN Amro Real.
Na visão do sindicalista, o trabalhador se antecipa a esse processo de fusão e vai em busca de outro emprego. "O trabalhador não espera o processo de fusão acabar", acredita Marcolino.
Isso ocorre porque o funcionário teme ser demitido ao longo do processo de integração. Segundo ele, o número de desligamentos voluntários chegou a 15.236 no ano passado, maior que os 9.146 de 2006. Já o número de demissões sem justa causa --iniciativa do empregador-- ficaram praticamente estáveis, 14.840 em 2006 e 14.150 no ano passado.
Segundo Marcolino, isso ocorreu no ano passado com o anúncio da venda do ABN Amro Real e já havia sido registrado em outras fusões, como na compra da operação brasileira do BankBoston pelo Itaú.
Mas não é só o medo de ser demitido que tem causado essa redução no saldo de novos postos de trabalho no setor financeiro. Segundo o sindicalista, os bancos têm se esforçado para promover o aumento da rede de correspondentes bancários ou fazer parcerias com as redes de varejos. Ao transferir operações que poderiam ser feitas na agência para outros locais, os bancos deixam de contratar.
"As contratações não refletem o crescimento do lucro dos bancos. E também não acompanham a expansão do nível de crédito", reclama o sindicalista.
O Brasil conta hoje com 18.513 agências bancárias e 6.644 postos de atendimento. Além disso, os clientes podem contar com os caixas eletrônicos --34.861. Já os correspondentes bancários somam 111.600.
De acordo com Marcolino, esses postos muitas vezes não são contabilizados como empregos do setor financeiro, já que são contratações feitas por redes de varejo ou por outros ramos do setor de serviços. Acrescentou ainda que os salários pagos a esses trabalhadores são menores que o dos bancários, o que ajuda a reduzir o custo das operações bancárias.
Como exemplo, ele citou uma operação de crédito em uma agência, que tem um custo de R$ 1,10. Já em um correspondente bancário fica entre R$ 0,45 e R$ 0,50. "Por isso fazem essa migração e aumentam o lucro. Estão se criando subterfúgios para não se criar emprego."
Procurada, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) afirmou que ainda não analisou os dados sobre emprego em 2007, mas que procura adequar o número de funcionários à demanda dos usuários.
Segundo Magnus Ribas Apostólico, superintende de relações do trabalho da entidade, o crescimento de 6% no número de trabalhadores do setor é um resultado positivo. Admitiu ainda que os bancos buscam aperfeiçoar o atendimento não só por meio das agências, mas também em call center, equipamentos para o atendimento eletrônico e correspondentes bancários.
"A rotatividade está aumentando na categoria bancária. (...) Há um movimento grande dos trabalhadores saindo do setor financeiro", afirmou Luis Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
No ano passado, o saldo entre contratações e desligamentos ficou positivo em 21.957 --menor que os 26.707 novos postos de trabalho de 2006. Para ele, uma nova desaceleração deverá ocorrer neste ano e um dos motivos é a fusão entre os grandes bancos --em outubro, um consórcio liderado pelo Santander adquiriu o ABN Amro Real.
Na visão do sindicalista, o trabalhador se antecipa a esse processo de fusão e vai em busca de outro emprego. "O trabalhador não espera o processo de fusão acabar", acredita Marcolino.
Isso ocorre porque o funcionário teme ser demitido ao longo do processo de integração. Segundo ele, o número de desligamentos voluntários chegou a 15.236 no ano passado, maior que os 9.146 de 2006. Já o número de demissões sem justa causa --iniciativa do empregador-- ficaram praticamente estáveis, 14.840 em 2006 e 14.150 no ano passado.
Segundo Marcolino, isso ocorreu no ano passado com o anúncio da venda do ABN Amro Real e já havia sido registrado em outras fusões, como na compra da operação brasileira do BankBoston pelo Itaú.
Mas não é só o medo de ser demitido que tem causado essa redução no saldo de novos postos de trabalho no setor financeiro. Segundo o sindicalista, os bancos têm se esforçado para promover o aumento da rede de correspondentes bancários ou fazer parcerias com as redes de varejos. Ao transferir operações que poderiam ser feitas na agência para outros locais, os bancos deixam de contratar.
"As contratações não refletem o crescimento do lucro dos bancos. E também não acompanham a expansão do nível de crédito", reclama o sindicalista.
O Brasil conta hoje com 18.513 agências bancárias e 6.644 postos de atendimento. Além disso, os clientes podem contar com os caixas eletrônicos --34.861. Já os correspondentes bancários somam 111.600.
De acordo com Marcolino, esses postos muitas vezes não são contabilizados como empregos do setor financeiro, já que são contratações feitas por redes de varejo ou por outros ramos do setor de serviços. Acrescentou ainda que os salários pagos a esses trabalhadores são menores que o dos bancários, o que ajuda a reduzir o custo das operações bancárias.
Como exemplo, ele citou uma operação de crédito em uma agência, que tem um custo de R$ 1,10. Já em um correspondente bancário fica entre R$ 0,45 e R$ 0,50. "Por isso fazem essa migração e aumentam o lucro. Estão se criando subterfúgios para não se criar emprego."
Procurada, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) afirmou que ainda não analisou os dados sobre emprego em 2007, mas que procura adequar o número de funcionários à demanda dos usuários.
Segundo Magnus Ribas Apostólico, superintende de relações do trabalho da entidade, o crescimento de 6% no número de trabalhadores do setor é um resultado positivo. Admitiu ainda que os bancos buscam aperfeiçoar o atendimento não só por meio das agências, mas também em call center, equipamentos para o atendimento eletrônico e correspondentes bancários.
Fonte:
Folha Online
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/189744/visualizar/
Comentários