Babá é acusada de homicídio após morte de bebê
"O que, será que ele chorava demais para que ela suportasse?", disse Adkins-Gasque no funeral de seu filho, segundo a Associated Press. "Não sei que motivo ela teria para agir assim".
No tribunal, a babá, Yalina Torres, demonstrou profundo abalo emocional quando o juiz Carl Taylor decretou uma fiança de US$ 1 milhão e atendeu ao pedido do advogado de defesa para que a acusada continuasse em regime de vigilância contra suicídio. Caso condenada pela acusação de homicídio, Torres pode ser sentenciada à morte.
A acusação que pode conduzir à pena capital foi apresentada porque o caso envolve vítima de menos de 16 anos, disseram as autoridades. Uma amiga da família, Mayra Velazquez, de Hartford, disse, por meio de um intérprete, que "ela é uma boa mãe. Ela cuida de seus filhos".
De acordo com a polícia, Torres estava cuidando de Elijah, o filho de sua amiga Adkins-Gasque, quando esta saiu para trabalhar na noite de sexta-feira. Tudo parecia estar correndo bem, disse Adkins-Gasque à polícia, até que Torres ligou para informar que o bebê parecia estar sofrendo convulsões.
Um relatório policial informa que Torres informou à mãe do menino que eles estavam brincando, correndo pelo quarto em círculos, e que ela caiu e desmaiou. Adkins-Gasque a instruiu a chamar os serviços de emergência, e Elijah foi conduzido ao Centro Médico da Criança de Connecticut, que fica a apenas alguns quarteirões de distância de sua casa. O bebê morreu lá, no sábado.
Mais tarde, Torres disse à polícia que seu filho de 2 anos de idade havia batido na cabeça de Elijah com um xilofone e um revólver de brinquedo. Mas depois de novos interrogatórios, a história voltou a mudar.
O relatório policial informa que Torres estendeu um saco de dormir no chão da sala e convidou Elijah a entrar. Quando o bebê se acomodou lá dentro, ela contou à polícia que suspendeu o saco de dormir sobre seu ombro esquerdo e saiu correndo pelo apartamento. Torres diz ter perdido o equilíbrio, e isso levou a cabeça de Elijah a se chocar com a moldura de uma porta, por duas vezes. Quando ela abriu o saco de dormir, contou Torres à polícia, "ele parecia estar morto".
Depois da audiência, a promotora estadual Sandra Tullis declarou que o Estado "acredita ter um caso forte", mas não ofereceu detalhes. Claudia Jones, a advogada apontada pelo tribunal para defender Torres, também não quis comentar.
Inicialmente, a acusação contra ela era de conduta irresponsável e de colocar um menor de idade em risco de ferimento. Torres foi libertada sob fiança na terça-feira, mas voltou a ser detida na quarta. De acordo com um relatório policial, o legista do Estado conduziu uma autópsia na terça-feira e constatou que a causa de morte era um trauma por golpe de objeto contundente na cabeça, e definiu o caso como homicídio.
Na quinta-feira, Adkins-Gasque disse à Associated Press que seu filho costumava voltar com marcas do apartamento de Torres, ocasionalmente, mas que ela achava que isso se devia a brincadeiras com o filho da babá. Ela disse que confiava na babá, de quem era amiga. Mas na quinta-feira, depois do sepultamento de seu filho, ela afirmou que a acusação de homicídio "alivia meu coração um pouco".
Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
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