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Cidades/Geral
Domingo - 26 de Maio de 2013 às 13:59

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Os internos da comunidade Conquista, que só aceita homens, vivem em uma espécie de regime de autogestão. Eles são responsáveis por toda a manutenção da chácara.

Há os que cuidam da limpeza da casa e da piscina e os que mantêm o jardim aparado.

Outros cuidam da horta e da alimentação dos peixes, patos, galinhas e cachorros.

Três fazem a comida: salada, arroz, feijão, linguiça ou carne moída e legumes.

Parte dos rapazes trabalha ainda na confecção de chaveiros, vendidos em ônibus.

As atividades fazem parte da laborterapia -terapia feita por meio do trabalho.

Duas vezes na semana, há atendimento com a psicóloga -para uma sessão de terapia individual e outra em grupo.

Muitos tomam remédios para controlar ansiedade e sintomas da abstinência. Um psiquiatra vai uma vez por semana para ajustar as doses.

Duas tardes na semana e aos domingos o tempo é livre: eles podem jogar vôlei, futebol, nadar e usar a academia.

O tratamento de nove meses é dividido em etapas. Quando chegam, os pacientes são colocados em quartos compartilhados na casa principal, onde dorme um monitor. A porta é trancada às 22h.

Depois de quatro meses, quando passa a fase mais aguda da abstinência, eles podem mudar para quartos menos vigiados, na área do pátio.

Por volta dos cinco meses (ou quatro para os que têm filhos), ganham o direito à "ressocialização": passam um final de semana a cada 15 dias na casa da família. Depois, todos os finais de semana.

Aos seis meses, podem mudar para a "república", uma casa distante da principal, na entrada da chácara.

Os oito internos que a habitam têm mais liberdade. Podem ouvir a música que quiserem e assistir TV até tarde. Neste período, podem procurar emprego ou estudar.

"Auxiliamos eles a lidar com a liberdade. A gente percebe que uma das grandes dificuldades não é ficar sem a droga e, sim, viver a vida sem ela", diz o presidente da comunidade, Luis Gustavo Américo da Silva, 38, pastor de uma igreja pentecostal.

Ele mesmo passou por internação parecida. Dependente de crack, ficou dois anos em uma comunidade terapêutica e decidiu que passaria a ajudar outros viciados. Em 2005, montou a Conquista.

Outros três funcionários, monitores da comunidade, têm história parecida. Trataram-se ali e permaneceram.

Para o pastor, a maior virtude do tratamento é, justamente, a ajuda mútua. "Todos são pacientes e terapeutas."

Quando um quer desistir, por exemplo, os colegas são os primeiros a tentar convencê-lo a ficar. Sabem que amanhã podem precisar da ajuda.

CUSTOS

O pastor diz que o custo do tratamento gira em torno de R$ 2.000 por paciente/mês.

Na comunidade, há internos particulares que pagam R$ 1.000. O Governo de SP, parceiro da instituição desde fevereiro, paga R$ 700 ao mês.

As contas só fecham com doações de empresários.

Caso a comunidade seja credenciada no programa Recomeço terá que adaptar o tratamento para seis meses ou pagar do próprio bolso os três meses que faltariam para completar o tratamento.






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