Cientistas descobrem célula 'que causa leucemia infantil'
A descoberta pode levar a tratamentos mais específicos e menos intensivos para todas as crianças com esse tipo de câncer originado nos tecidos que produzem o sangue, na medula óssea.
Ambas as meninas possuem células "pré-leucêmicas" em sua medula óssea, embora até agora só uma delas tenha desenvolvido leucemia.
Pesquisadores britânicos disseram na revista especializada Science que é necessária uma segunda mutação genética para o desenvolvimento pleno da doença.
A leucemia ocorre quando um grande número de glóbulos brancos dominam a medula óssea impedindo que o organismo produza uma quantidade suficiente de glóbulos vermelhos e plaquetas para o sangue.
Juntamente com o linfoma, essa doença consiste em quase a metade dos cânceres infantis.
Olivia Murphy desenvolveu leucemia linfóide aguda quando tinha dois anos de idade, mas até agora sua irmã gêmea, Isabella, é saudável.
Células-tronco
Segundo pesquisadores, ambas possuem "células-tronco pré-leucêmicas" contendo um gene mutante, que se forma quando o DNA é rompido e se liga em outro ponto.
As células pré-leucêmicas são transferidas de uma gêmea para a outra no útero, através do suprimento de sangue que compartilham.
Mas é necessária uma outra mutação genética no começo da infância para que as células causem a doença.
A segunda mutação, que pode ser causada por infecção, ocorreu em Olivia mas não em Isabella.
Médicos realizam testes regulares em Isabella para procurar sinais do câncer, mas quando ela atingir a adolescência acredita-se que as células irregulares desaparecerão.
Os tratamentos atuais são agressivos demais para justificar a eliminação das células irregulares antes do desenvolvimento de câncer.
Mas atacar células pré-leucêmicas em crianças com leucemia pode ser uma forma melhor de tratar a doença e garantir que ela não volte, dizem os pesquisadores.
"Nosso próximo objetivo é atacar a célula-tronco pré-leucêmica e a célula-tronco de câncer com drogas novas e pré-existentes para curar a leucemia enquanto evitamos os efeitos colaterais debilitadores e, com freqüência, prejudiciais, dos tratamentos atuais", disse o chefe da pesquisa, Tariq Enver, da Unidade de Hematologia Molecular do Medical Research Cancer, de acordo com o website da organização Leukaemia Research, que contribuiu para o financiamento da pesquisa.
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