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Economia
Quinta - 17 de Janeiro de 2008 às 18:50

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SÃO PAULO - Depois de um dia de oscilações, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de 2,96%. No pior momento do dia, a queda foi de 3,48%, mas enquanto esperava a fala do presidente do banco central dos Estados Unidos, Ben Bernanke, as ações chegaram a subir 1,47%. O dólar comercial encerrou o dia em alta pelo terceiro dia consecutivo. No fechamento dos negócios foi vendido a R$ 1,7870, em alta de 0,79%. O discurso de Bernanke foi bom, segundo analistas, mas não provocou reações positivas, já que não trouxe nenhuma novidade. Em sua reunião com o comitê orçamentário do Congresso americano nesta quarta-feira, Bernanke apoiou a introdução de medidas de emergência para estimular a economia e para evitar a recessão no país. Ele também deu seu apoio à medidas como cortes de impostos, mas alertou para a necessidade de um plano de ação temporária.

Bernanke também indicou que o Fed poderia cortar a taxa de juros, "se for necessário". O Fed já cortou a taxa de juros três vezes desde o meio do ano. O corte mais recente foi em dezembro e, atualmente, a taxa de juros nos Estados Unidos está em 4,25%.

Depois do fechamento dos negócios no Brasil, os investidores receberam a informação de que o presidente norte-americano, George W. Bush, dará os detalhes de seu plano para estimular a economia dos EUA na sexta-feira, 18. De acordo com a Casa Branca, Bush, que discutiu idéias de estímulo com líderes do Congresso esta tarde, vai defender medidas "temporárias e efetivas" para impulsionar a economia.

Mais cedo, o porta-voz da Casa Branca Tony Fratto havia dito que não vê razão para que um pacote de estímulo econômico não seja rapidamente aprovado, negando qualquer divergência profunda entre o governo republicano e a liderança democrática no Congresso.

Mesmo com um cenário de turbulência no mercado financeiro, o ministro da Fazenda Guido Mantega disse que o Brasil deve crescer 5%. Segundo ele, hoje o País está em um período de saída de dólares, mas isso deve ser considerado um "movimento natural", já que está acontecendo no mercado de ações. Desde o início do ano, a saída de recursos estrangeiros já atingiu R$ 1,877 bilhão.

Dados americanos chamam atenção

O dia começou com a divulgação de um balanço ruim do banco Merrill Lynch. Os números assustaram os investidores. No quarto trimestre, o banco apresentou prejuízo de US$ 9,83 bilhões , equivalente a US$ 12,01 por ação, quase três vezes mais que o previsto pelos analistas (US$ 4,57 por ação).

Depois dessa divulgação, os mercados reagiram de forma negativa, mas pouco depois outro dado divulgado nos Estados Unidos reverteu em parte o pessimismo. O número de novos pedidos de auxílio-desemprego feitos na semana encerrada em 12 de janeiro recuou em 21 mil. Analistas esperavam, em média, alta de 18 mil.

Com a queda da última semana, o número de pedidos caiu para o menor nível desde 22 de setembro de 2007. Ou seja, o mercado de trabalho norte-americano não está tão ruim quanto se esperava, o que diminui um pouco o temor em relação a um desaquecimento da economia norte-americana.

Mas, em seguida, divulgação de outro dado ruim. O Departamento do Comércio informou que o número de novas construções despencou 14,2% em dezembro para a taxa anual de 1,006 milhão - menor nível em 16 anos. Economistas previam uma queda mais modesta, de 5%. Esta informação sinaliza o contrário do mostrado pelo mercado de trabalho nos EUA.

O fato é que neste momento de incertezas todos os dados da economia norte-americana ganham relevância, já que os investidores querem ter certeza da dimensão da crise e dos efeitos das perdas no mercado imobiliário de risco sobre outros setores da economia.




Fonte: Estadão

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