PF faz reconstituição do assassinato de servidores da UFMT
A reconstituição durou cerca de duas horas. Os três delegados federais de Rondonópolis, Paulo Repetto (que preside o inquérito em substituição ao delegado Alex Sandro Biegas), Cristian Lages e Tales Souza Frausino Pereira, mais três peritos da Polícia Federal de Cuiabá, acompanhando o delegado regional Executivo da Superintendência de Polícia Federal de Mato Grosso, José Maria Fonseca, isolaram o local e, na presença do acusado de ser o autor dos disparos, Jaeder Silveira dos Santos, realizaram a reconstituição do crime.
O suposto pistoleiro, que permaneceu todo o tempo encapuzado, utilizava um mecanismo de “laser-point” simulando uma arma e reproduzia nas três pessoas que representaram as vítimas, a mesma situação vivida por ele, no momento que efetuou os disparos contra as mesmas.
Todas as ações foram fotografadas e filmadas pelos peritos que, de acordo com os depoimentos do acusado, reproduziam cada cena envolvendo as três vítimas. Uma mulher representou a pró-reitora Soraiha Miranda de Lima, e outros dois homens, o ex-prefeito do campus, Luís Mauro Pires Russo, e o professor de zootecnia, Alessandro Luiz Fraga.
Segundo os delegados Paulo Repetto e Cristian Lages, a simulação foi necessária para a comprovação, através de provas técnicas e periciais, dos depoimentos prestados pelo acusado na PF. “Na verdade, a história contada pelo Jaeder à Polícia Federal é bem compatível com o que foi conseguido aqui hoje na reprodução sumulada”, disse o delegado Paulo Repetto.
O delegado Cristian Lages, por sua vez, confirmou que o inquérito ainda não foi concluído e que a reprodução é apenas mais uma peça de complemento às investigações. “Com a reconstituição, nós queremos visualizar melhor a cena do crime, sob a ótica de um dos presos pela Polícia Federal”, afirmou o delegado.
Para o delegado, a Polícia Federal não tem dúvidas que o crime teve o viés funcional e as pessoas morreram em razão das suas atividades funcionais. De acordo com os delegados, o inquérito da PF deve ser concluído até o final do mês. Até o momento, a federal diz não ter dúvida sobre a autoria do crime e sobre o autor intelectual, o mandante, acusado pelo suposto pistoleiro de ser o servidor Jorge Luiz Tabory, que o teria contratado por R$ 3 mil.
O delegado Cristian Lajes adiantou à imprensa ontem, extra-oficialmente, que a perícia da PF da capital já confirmou, através do laudo das armas (exames de balística), que a bala extraída do corpo do ex-prefeito Luís Mauro e o outro projétil encontrado no local, saíram do revólver 3.57 apreendido em poder de Jaeder Silveira. “Isso confirma definitivamente a sua participação no crime”, avalia o delegado.
Mas, a Polícia Federal aguarda agora os resultados dos laudos de cadáveres, de local de crime, de armas e de balística para concluir o inquérito.
Sobre o serralheiro preso pela Polícia Judiciária Civil, Wilson Francisco da Silva, o Russo, os delegados federais disseram que o ouviram, mas ele não confessou o crime, como teria feito na Polícia Civil. Ainda sobre o eventual envolvimento de outras pessoas, os delegados disseram que isso ainda está sendo investigado.
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