Polícia fecha suposta clínica de aborto no RJ
Policiais da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (Deam) do Rio fecharam, nesta quinta-feira (17), uma clínica de aborto na Rua Cardoso de Morais, em Bonsucesso, no subúrbio da cidade. Segundo a delegada titular Adriana Pereira Mendes, quatro pessoas foram presas. “Prendemos um médico, uma enfermeira, um auxiliar e um atendente”, conta. A delegada fala que o dono da clínica é o médico preso e todos negam o crime.
A delegada explica que a polícia chegou à clínica por meio de uma denúncia de uma jovem. Segundo a titular, a jovem, maior de idade, procurou a delegacia e contou que foi obrigada pelo namorado a fazer um aborto no local. Após dois meses de investigação, a polícia chegou à clínica clandestina. "Quando você chega, pensa que é uma clínica ginecológica normal, limpa, mas lá dentro encontramos aparelhos para a prática de aborto", detalha Adriana Mendes.
Ainda segundo a delegada, quando a polícia chegou, uma jovem estava na mesa do médico sendo atendida e outras aguardavam a vez na sala de espera. “Quando a gente entrou, uma jovem estava no meio do atendimento. Ela estava sedada, mas o médico ainda não tinha começado o procedimento. Nós interrompemos tudo”, fala.
Além dos presos, todas as outras pessoas, pacientes ou acompanhantes, foram levadas para a delegacia, inclusive a jovem que estava na mesa. “Estamos analisando cada caso. Ela já está consciente e, se tiver necessidade, passará por perícia no Instituto Médico Legal (IML). Os quatro presos devem responder por crime de aborto com ou sem consentimento da gestante”, disse a delegada.
Pelo Código Penal, o crime de aborto sem consentimento prevê pena de reclusão de 3 a 10 anos. Quando houver consentimento, a pena, também de reclusão, varia de 1 a 4 anos.
A polícia não desmente que outras clínicas clandestinas possam estar sendo investigadas.
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