Pesquisa mostra que 49% dos consumidores dos EUA vão gastar menos

SÃO PAULO - Quase a metade dos consumidores norte-americanos estão reduzindo seus gastos para arcar com o aumento nos preços do petróleo e dos combustíveis. De acordo com levantamento do instituto Nielsen de pesquisa, um grande número de americanos tem preferido ficar mais em casa, sair menos para comer fora e comprar em lojas mais baratas para economizar.

No fim do ano passado, 49% dos norte-americanos afirmaram estar gastando menos por causa dos preços dos combustíveis, 4 pontos percentuais a mais do que em junho daquele ano. Além disso, 70% dos entrevistados afirmaram estar combinando suas compras com atividades profissionais fora da empresa para poderem usar menos seus carros. Outros 41% afirmam que têm saído menos para comer fora e 39% que têm ficado mais em casa para economizar.

Nossa pesquisa mostra que os consumidores estão ajustando seus gastos num grau significativo para contrapor o aumento nos preços da gasolina, disse o vice-presidente de Consumo da Nielsen, Todd Hale. O grande número de consumidores comendo menos fora e ficando mais em casa sinalizam um ano duro para alguns restaurantes, mas também pode ser uma oportunidade para fabricantes de bens de consumo embalados e varejistas para obter crescimento continuado nas vendas de refeições prontas saudáveis para a casa e para o trabalho, diz.

Segundo o estudo, os preços altos da gasolina também contribuíram para o período de Natal decepcionante para o varejo em 2007. A Nielsen afirma que 60% dos consumidores entrevistados afirmaram que tinham menos dinheiro para gastar nos feriados por conta do aumento da gasolina. Outros 44% afirmaram ter planejado gastar menos no ano passado do que em 2006.

Diferentemente de 2005 e de 2006, os preços dos combustíveis não caíram no quarto trimestre de 2007, permitindo que os consumidores fizessem suas tradicionais compras de Natal, diz Hale. Isso posto, nossa pesquisa mostra um salto no número de consumidores comprando pela internet como forma de se proteger dos preços altos da gasolina, pondera.

Ainda segundo Hale, isso tem de servir para despertar os fabricantes e varejistas para aumentar seus esforços de vendas diretas ao consumidor, utilizando melhor o meio online para se comunicar com seus clientes ao longo de 2008.

O ano de 2008 deverá ser bem difícil para os consumidores americanos e para a economia como um todo à medida que enfrentamos aumentos na inflação, nas dívidas de cartões de crédito, e o declínio nos valores dos imóveis - assim como a expectativa do preço da gasolina chegar a US$ 3,40 (por galão, 3,78 litros), diz Hale. As fabricantes e varejistas têm de estar alertas para o fato de que os consumidores querem economizar mudando a forma que fazem suas compras, onde as fazem e que produtos e marcas preferem. Valor, conveniência e preços competitivos serão mais importantes que nunca neste ano, conclui. A pesquisa foi realizada junto a 26 mil consumidores nos EUA, espalhados por todo o país, numa amostra significativa do total da população. Ela foi realizada no mês de dezembro, quando o preço do galão de gasolina estava, em média, em US$ 3,06.