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Internacional
Terça - 15 de Janeiro de 2008 às 20:24

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RIAD, 15 Jan 2008 (AFP) - O chefe da diplomacia saudita, o príncipe Saud al-Fayçal, mostrou-se extremamente reservado nesta terça-feira ante os apelos do presidente George W. Bush a seu país para isolar o Irã e favorecer um acordo de paz entre israelenses e palestinos.

"Não sei o que podemos fazer a mais em relação aos israelenses", disse o ministro saudita durante entrevista à imprensa em Riad junto com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.

Ele respondeu, assim, a uma pergunta sobre a posição da Arábia Saudita ao pedido de Bush da semana passada de os países árabes "estenderem a mão" a Israel, como forma de aumentar as chances de uma solução para o conflito israelense-palestino até o final do ano.

Apenas dois Estados árabes - o Egito e a Jordânia - reconheceram Israel.

A Casa Branca considera essencial a contribuição árabe a seu esforço de paz. Uma das grandes prioridades da turnê de Bush à região e de sua presença na Arábia Saudita era de somar estes países a sua iniciativa. A segunda prioridade era convencer os Estados árabes a ajudar a isolar o Irã.

"O Irã é um país vizinho, um país importante na região", declarou o príncipe Saud al-Fayçal, respondendo a uma questão de um jornalista sobre se ele considerava o Irã uma ameaça.

"Nada temos contra o Irã", insistiu o ministro durante a entrevista coletiva ao lado da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, em Riad.

Mais ainda que o aumento de poder do Irã xiita, os governos sunitas se preocupam com uma nova guerra americana na região, após a do Iraque.

O ministro saudita, no entanto, fez um apelo ao Irã para satisfazer a exigência da ONU no sentido de que suspenda as atividades nucleares mais sensíveis. O Irã deve "evitar a escalada", disse.

A Arábia Saudita pareceu mostrar-se conciliante em relação ao Irã recentemente: por exemplo, acolhendo seu presidente Mahmud Ahmadinejad em peregrinação.

O príncipe Saud al-Fayçal estimou que os países árabes nada mais poderiam fazer em relação a Israel do que acatar a iniciativa de solução apresentada pela Liga Árabe, da qual o rei Abdullah é o inspirador.

O ministro também considerou que o prosseguimento da colonização por Israel lançava "a dúvida sobre a seriedade das negociações" retomadas em novembro sob o patrocínio de Bush na conferência de Annapolis (Estados Unidos).

Rice deixou entender que os Estados Unidos não esperavam a este estágio um reconhecimento de Israel pelos Estados árabes, mesmo se ela deva intervir "por fim".

Ela indicou que a questão das reformas e dos direitos do Homem foi abordada durante a viagem de Bush, mas evitou criticar abertamente a Arábia Saudita. O governo americano mantém-se discreto em relação ao aliado saudita.




Fonte: AFP

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