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Economia
Terça - 15 de Janeiro de 2008 às 10:30

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O avanço do crédito à construção ainda não foi acompanhada pelo financiamento desses mesmos imóveis para a pessoa física. Isso porque o ciclo da obra é de aproximadamente 24 meses e empreendimentos iniciados em 2006 devem ser concluídos neste ano. Com o imóvel pronto, entram em cena os bancos, para financiar a pessoa física.

"Quando o imóvel fica pronto, o produto mais adequado para o cliente é o financiamento imobiliário, que tem as menores taxas e os maiores prazos", compara o diretor da área de crédito imobiliário do Itaú, Luiz Antônio França, que também é presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Com isso, a representatividade dos financiamentos às pessoas físicas deve crescer neste ano, especialmente em imóveis novos, diz o diretor do Banco Real, Antônio Barbosa. "Os imóveis construídos em 2006 devem ficar prontos agora e precisam do financiamento para as pessoas físicas", explica.

O diretor do Real acredita que o volume total de empréstimos com recursos da poupança, que fechou o ano passado próximo de R$ 18,5 bilhões, deverá crescer mais 40% neste ano. "Podemos chegar a R$ 26 bilhões", estima.

Desde a explosão do setor, em 2004, os financiamentos das pessoas físicas se concentraram em imóveis usados e em construção de novas unidades. Hoje, apesar da explosão do crédito, o financiamento para imóveis novos corresponde a apenas 20% dos financiamento das pessoas físicas (o restante vai para imóveis usados).

O financiamento da compra de imóveis novos, em 2007, deve ficar próxima de 20 mil unidades. Somando as 80 mil unidades financiadas para as construtoras, o patamar sobe para 100 mil. O total de imóveis usados neste ano deve fechar próximo a 80 mil.

Em países onde o mercado está mais maduro, o volume de empréstimos para a compra de usados é maior do que para construção. Isso, porém, não vale para o Brasil, com um déficit de oito milhões de unidades habitacionais e 12 milhões de pessoas no aluguel.

Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, que detém quase um quarto de todo o mercado de financiamento habitacional, o imóvel usado responde por 53% da produção do banco, explica o assessor da vice-presidência da Caixa, Teotônio Resende.

Além disso, 63% das vendas feitas no Estado de São Paulo foram à vista, segundo dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP). Apenas 32% dos imóveis vendidos são financiados. "O volume de crédito ainda é muito pequeno", pondera o presidente da entidade, José Augusto Vianna Neto.





Fonte: Valor Online

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