Remédios já existentes podem evitar contaminação de mulheres pelo HIV
Para testar essa possibilidade, os cientistas da Universidade do Texas utilizaram um camundongo modificado para ter o sistema imunológico de um ser humano e produzir as mesmas células de defesa que nós fabricamos, e que são o alvo do HIV. Esse tipo de cobaia que mistura células de dois organismos diferentes é chamada de “quimera”.
Com o modelo em mãos, eles aplicaram os medicamentos emtricitabina e tenofovir em um grupo diariamente antes e depois da exposição vaginal ao HIV ao longo de sete dias. Para controlar os resultados, outro grupo foi exposto ao vírus sem a defesa dos remédios.
Entre o grupo dos camundongos “humanizados” que não receberam o tratamento, 90% foi infectado com o vírus da Aids. No outro grupo, que tinha recebido o anti-retroviral, nenhum pegou a doença.
De acordo com o principal autor do estudo pulbicado na revista "PLoS Medicine" desta semana, Victor Garcia-Martinez, o objetivo de seu grupo era encontrar armas contra o HIV que possam ser usadas hoje. “Não queremos algo para daqui 10 anos”, afirmou ele em nota.
Segundo o pesquisador, seus resultados são importantes, mas precisam ser verificados em seres humanos. “É um modelo quimérico de humano e camundongo que recapitula muito claramente aspectos muito importantes dos seres humanos, mas no fim do dia, é um camundongo”, explicou ele.
Se o tratamento preventivo funcionar, no entanto, as perspectivas são muito positivas. Mulheres poderiam ficar livres do risco de contrair HIV simplesmente tomando uma pílula por dia. Isso, segundo Garcia-Martinez, pode ser especialmente importante em áreas onde a incidência do vírus é alta, como na África.
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