Etanol sofre primeiro revés na UE
Genebra - A Academia Real de Ciências do Reino Unido - conhecida como Royal Society - alerta que as metas para o uso do etanol na Europa não ajudarão a cortar as emissões de dióxido de carbono e pede um prazo de mais 20 anos para que o continente se ajuste aos novos combustíveis. Ontem mesmo, a União Européia (UE) anunciou que poderá rever a meta de ter 10% de seus carros movidos a etanol até 2020.
Trata-se da primeira grande virada contra o etanol por parte da UE desde que a euforia sobre o combustível começou há dois anos no continente. Nos últimos meses, várias organizações não-governamentais vêm questionando o uso do etanol na Europa, o que chegou a levar o Brasil a organizar palestras e encontros para negar os efeitos negativos do combustível para o meio ambiente.
Na Inglaterra, o plano era de ter 5% do consumo alimentado por biocombustíveis até 2010. Mas a estratégia pode acabar exigindo que os ingleses usem fontes de energia pouco eficientes para que possam cumprir a meta. Em lugar de colocar metas de uso do biocombustível, os especialistas indicam que o governo deveria promover metas de redução de emissões.
O Brasil já alertou aos europeus que não aceitará que o certificado ambiental e social, que todos os produtores terão de ter para poder vender o etanol no mercado europeu, represente uma nova barreira ao comércio e ameaça levar o caso aos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas o certificado deve ser mesmo adotado nos próximos meses. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Comentários