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Nacional
Segunda - 14 de Janeiro de 2008 às 22:00

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O governo federal promete comprar equipamentos para tentar rastrear e bloquear o uso de celulares nas penitenciárias. Poucos presídios têm bloqueadores de celular. O de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, é um deles. Mas o próprio governo reconhece que a tecnologia usada hoje é ultrapassada.

O governo já prometeu antes instalar bloqueadores em todas as penitenciárias, mas não conseguiu. Advogados continuam entrando nos presídios sem revista e crianças são aliciadas. O Ministério da Justiça diz agora que um novo aparelho pode ajudar.

Fabricado em Israel, ele já foi testado em onze penitenciárias. Só no complexo penitenciário de Charqueada, no Rio Grande do Sul, localizou mil celulares irregulares.

Como funciona

O Ministério da Justiça não libera imagens do aparelho, que custa R$ 520 mil. Ele é um laptop, com antena e um equipamento GPS, o sistema de rastreamento via satélite.

Como uma estação repetidora de ondas de rádio, o computador faz uma varredura no presídio e localiza os celulares ligados. Em poucos minutos, dados dos aparelhos aparecem na tela: número, operadora, o chip. As linhas são automaticamente bloqueadas. O computador ainda mostra onde estão os telefones.

“Esse equipamento será de eficiência à toda a prova para trabalharmos, inclusive, em parceria com as polícias”, diz o diretor do Sistema Penitenciário Federal, Wilson Salles Damázio.

Aliciamento

Uma adolescente de 13 anos foi flagrada com um celular quando passava pela revista íntima na penitenciária de segurança máxima de Presidente Venceslau. Ela iria entregar o aparelho para um dos presos.

“Eu nao pensei em nada, nao pensei nas conseqüências”, disse a jovem.

‘Fantástico’

Reportagem exibida nesse domingo (13) no “Fantástico” mostrou que presos de várias cadeias do oeste paulista estão usando meninas menores de idade para burlar a segurança.

“Pessoas vêm até a gente e falam que existem muitas meninas fazendo isso”, conta a conselheira tutelar Daniela Farias.

Fogo amigo

E nesta segunda-feira, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi criticada por seu próprio ouvidor. Segundo ele, a Anatel tem capacidade para determinar a instalação de bloqueadores nas penitenciárias. Faltaria, segundo ele, vontade política.

“Ela [a Anatel] tem uma expertise técnica e uma capacidade técnica para fornecer, sim, às áreas demandadas do poder executivo, às vezes até de outros poderes, dando todos os insumos técnicos suficientes para que as decisões sejam tomadas efetivamente”, garante o ouvidor Aristóteles dos Santos.

A Anatel não quis comentar as declarações do ouvidor da instituição.




Fonte: G1

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