CNA vai conhecer rastreabilidade na União Européia
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, também participará da visita, disse Nogueira. Segundo o dirigente da CNA, o governo brasileiro mostrou seu interesse em conhecer a rastreabilidade do gado bovino na Europa, e a Espanha, a qual Nogueira chama de "país amigo", convidou as autoridades brasileiras. Para ele, o "Brasil tem de adotar os mesmos critérios que são adotados por lá [na Europa]".
Não é à toa que a CNA mira a rastreabilidade na UE. É exatamente nesse ponto que o bloco vê falhas na pecuária brasileira, o que levou a Comissão Européia a impor restrições à carne bovina brasileira a partir de 31 de janeiro. Após uma missão européia ter visitado o país em novembro passado, a comissão decidiu que o governo brasileiro terá de fazer uma lista com as propriedades produtoras de gado aptas a fornecer animais para abate e exportação aos países da UE. O governo brasileiro já iniciou as auditorias das fazendas.
Desde antes da decisão dos europeus, Nogueira vem defendendo que o governo brasileiro trate a UE da mesma forma que o bloco tem tratado o Brasil no que se refere à sanidade animal. Ele considera as medidas européias protecionismo comercial.
O dirigente da CNA desmentiu reportagem da edição de 12 de janeiro (sábado) do Irish Farmers Journal dizendo que ele iria a Bruxelas para questionar as restrições impostas pela Comissão Européia ao Brasil. Segundo a reportagem, Nogueira teria dito que se a UE não pode apresentar uma justificativa técnica para as restrições, o Brasil deveria fazer uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio OMC).
Nogueira confirmou que defende que o país se queixe à OMC, mas negou que irá a Bruxelas. Depois da Espanha, Nogueira irá à Alemanha, onde o secretário Inácio Kroetz vai se encontrar com Sergei Dankvert, diretor do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Rússia, para assinatura de um protocolo de entendimento na área de sanidade, com regras para a certificação da carne brasileira destinada à exportação à Rússia. O protocolo prevê que o Ministério da Agricultura será responsável pelas habilitações de frigoríficos e inspeções de cargas nos portos, o que antes era feito por veterinários russos.
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