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Onda de violência no Quênia soma 700 mortos, diz autoridade
A violência político-étnica desencadeada após as eleições gerais de 27 de dezembro no Quênia já deixou cerca de 700 mortos, segundo um novo registro divulgado neste domingo (13), enquanto que a oposição convocou novos protestos contra a reeleição de Kibaki.
"O registro de vítimas é de mais de 700 mortos", disse um alto oficial da polícia, que solicitou o anonimato, após a descoberta de várias dezenas de corpos. “Encontramos nos últimos cinco dias 89 corpos nos matagais do vale de Rift e das províncias do oeste do país", afirmou esse alto oficial da polícia, cujas informações foram confirmadas por um membro da Cruz Vermelha.
O Quênia passa há mais de duas semanas por uma grande crise, suscitada pela contestação por parte da oposição da reeleição do presidente Mwai Kibaki, acusado de fraude para se manter no poder. Novos protestos estão marcados para a próxima semana. A oposição liderada por Raila Odinga convocou manifestações para os dias 16, 17 e 18 de janeiro, imediatamente proibidas pela polícia.
Prevendo novos distúrbios, muitos quenianos foram neste final de semana aos supermercados, principalmente na capital Nairóbi, para comprar alimentos e retirar dinheiro nos caixas automáticos.
Exigências
A organização Humans Right Watch (HRW) exigiu neste domingo que as autoridades quenianas "diminuam a tensão, suspendendo imediatamente a proibição de concentrações públicas e autorizando as manifestações convocadas", afirmou a diretora desta ONG na África, Georgette Gagnon.
O governo queniano "deve urgente e publicamente ordenar à polícia que suspenda o uso excessivo e letal da força contra os manifestantes", acrescentou.
A HRW denunciou que a polícia reprimiu à força todas as manifestações convocadas pela oposição "matando e ferindo dezenas de pessoas" em todo o país. Considerado até agora uma ilha de estabilidade em uma região turbulenta, o Quênia é assolado por distúrbios e pela violência político-étnica desencadeados após o anúncio dos resultados das eleições que deram a vitória a Kibaki.
Mudanças
Diante de 2 mil pessoas reunidas em uma igreja em Nairóbi, Odinga disse no sábado a seus seguidores que "os quenianos pediram mudança, querem mudança e terão a mudança".
Odinga voltou a convocar manifestações maciças de protesto para rejeitar o resultado das eleições. "Estou aqui para dizê-los que nem tudo está perdido", assegurou diante de seus militantes.
A pressão internacional sobre os líderes quenianos se intensificou nas últimas horas em uma tentativa de se chegar a uma solução para a crise política. Tanto os Estados Unidos, como a ONU e a União Africana (UA) exigiram que Kibaki e Odinga deixem suas posições e iniciem um diálogo para solucionar a crise sem condições prévias.
Mediador
Na próxima semana, é aguardado para uma visita a Nairóbi o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, nomeado novo mediador do conflito.
Impassível aos apelos, Kibaki nomeou nesta semana um governo parcial, que foi rejeitado imediatamente por Odinga. Ambos os políticos continuam sem se reunir. A crise queniana deixou também cerca de 260 mil desabrigados, segundo a ONU, que calcula que nas próximas semanas até meio milhão de pessoas possam precisar de ajuda humanitária.
A Cruz Vermelha já advertiu a respeito das condições miseráveis da maioria destes deslocados, amontoados em campos de refugiados onde em breve "aumentará o número de pessoas que sofrem de malária, pneumonia, infecções no aparelho respiratório e outras doenças".
"O registro de vítimas é de mais de 700 mortos", disse um alto oficial da polícia, que solicitou o anonimato, após a descoberta de várias dezenas de corpos. “Encontramos nos últimos cinco dias 89 corpos nos matagais do vale de Rift e das províncias do oeste do país", afirmou esse alto oficial da polícia, cujas informações foram confirmadas por um membro da Cruz Vermelha.
O Quênia passa há mais de duas semanas por uma grande crise, suscitada pela contestação por parte da oposição da reeleição do presidente Mwai Kibaki, acusado de fraude para se manter no poder. Novos protestos estão marcados para a próxima semana. A oposição liderada por Raila Odinga convocou manifestações para os dias 16, 17 e 18 de janeiro, imediatamente proibidas pela polícia.
Prevendo novos distúrbios, muitos quenianos foram neste final de semana aos supermercados, principalmente na capital Nairóbi, para comprar alimentos e retirar dinheiro nos caixas automáticos.
Exigências
A organização Humans Right Watch (HRW) exigiu neste domingo que as autoridades quenianas "diminuam a tensão, suspendendo imediatamente a proibição de concentrações públicas e autorizando as manifestações convocadas", afirmou a diretora desta ONG na África, Georgette Gagnon.
O governo queniano "deve urgente e publicamente ordenar à polícia que suspenda o uso excessivo e letal da força contra os manifestantes", acrescentou.
A HRW denunciou que a polícia reprimiu à força todas as manifestações convocadas pela oposição "matando e ferindo dezenas de pessoas" em todo o país. Considerado até agora uma ilha de estabilidade em uma região turbulenta, o Quênia é assolado por distúrbios e pela violência político-étnica desencadeados após o anúncio dos resultados das eleições que deram a vitória a Kibaki.
Mudanças
Diante de 2 mil pessoas reunidas em uma igreja em Nairóbi, Odinga disse no sábado a seus seguidores que "os quenianos pediram mudança, querem mudança e terão a mudança".
Odinga voltou a convocar manifestações maciças de protesto para rejeitar o resultado das eleições. "Estou aqui para dizê-los que nem tudo está perdido", assegurou diante de seus militantes.
A pressão internacional sobre os líderes quenianos se intensificou nas últimas horas em uma tentativa de se chegar a uma solução para a crise política. Tanto os Estados Unidos, como a ONU e a União Africana (UA) exigiram que Kibaki e Odinga deixem suas posições e iniciem um diálogo para solucionar a crise sem condições prévias.
Mediador
Na próxima semana, é aguardado para uma visita a Nairóbi o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, nomeado novo mediador do conflito.
Impassível aos apelos, Kibaki nomeou nesta semana um governo parcial, que foi rejeitado imediatamente por Odinga. Ambos os políticos continuam sem se reunir. A crise queniana deixou também cerca de 260 mil desabrigados, segundo a ONU, que calcula que nas próximas semanas até meio milhão de pessoas possam precisar de ajuda humanitária.
A Cruz Vermelha já advertiu a respeito das condições miseráveis da maioria destes deslocados, amontoados em campos de refugiados onde em breve "aumentará o número de pessoas que sofrem de malária, pneumonia, infecções no aparelho respiratório e outras doenças".
Fonte:
AFP
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/190610/visualizar/
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