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Internacional
Domingo - 13 de Janeiro de 2008 às 14:20

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Jerusalém, 13 jan (EFE) - O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, chamou hoje de "situação vergonhosa" a existência de assentamentos construídos por colonos nos últimos seis anos sem autorização do Governo de Israel.

Ele fez a afirmação na reunião semanal do Conselho de Ministros israelense. A informação foi divulgada por uma fonte anônima que participou da reunião e foi citada pela imprensa local.

Segundo a edição eletrônica do jornal "Yedioth Ahronoth", o primeiro-ministro disse que "o fato de que esses assentamentos ainda estejam ali, apesar de os dois últimos Governos terem decidido evacuá-los, é uma situação vergonhosa".

Esta é uma afirmação um tanto incomum para um chefe de Governo israelense, particularmente por se tratar de um dirigente oriundo da direita nacionalista.

Em 2003, ao aceitar a proposta do Quarteto de Madri - formado por Estados Unidos, Rússia, União Européia (UE) e ONU -, Israel se comprometeu a acabar com esses assentamentos, embora não tenha feito isso até agora.

Para a comunidade e o direito internacionais, são ilegais todos os assentamentos judaicos na Cisjordânia, inclusive os aprovados por Governos israelenses, ou em qualquer outro território ocupado por via militar.

Neste caso, são cerca de cem pequenas colônias - algumas com um simples contêiner abandonado, outras com dezenas de habitantes - que os colonos ergueram aproveitando da conjuntura dos primeiros anos da Intifada de Al-Aqsa, entre 2000 e 2003.

Em 2003, o então primeiro-ministro Ariel Sharon decidiu removê-los, mas a evacuação da Faixa de Gaza em 2005 fez com que os EUA dessem prioridade a este processo.

Assim, poucos dos colonos foram retirados, alguns em meio a uma batalha campal entre soldados e jovens ultranacionalistas.

Olmert, que ocupa a chefia do Governo israelense há quase um ano, também prometeu repetidamente aos EUA a evacuação dos assentamentos ilegais.

Durante sua visita a Israel e aos territórios palestinos nesta semana, o presidente americano, George W. Bush, exigiu publicamente que os assentamentos ilegais devem ser retirados como parte das negociações iniciadas na conferência de Annapolis (EUA), já que a primeira fase do plano exige tal medida.

A evacuação destes assentamentos pode provocar uma crise no Governo de Olmert na segunda-feira, quando o primeiro-ministro se reunirá com o chefe do partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu, o ministro de Assuntos Estratégicos israelense, Avigdor Lieberman.

Segundo a imprensa local, Lieberman dirá a Olmert que não pode continuar fazendo parte de sua coalizão de Governo devido às negociações com os palestinos, e usará a prevista evacuação dos assentamentos como desculpa para deixar o Executivo israelense.




Fonte: EFE

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